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Estudo mostra como o uso de medicamentos efervescentes aumenta risco de doenças cardiovasculares

Na pesquisa recente, é possível constatar o aumento significativo na mortalidade por doenças cardiovasculares, de pessoas que usam analgésico solúvel

De acordo com estudo publicado no European Heart Journal, da Sociedade de Cardiologia Europeia, com dados de 300 mil pessoas, o uso frequente de paracetamol solúvel está associado a um risco elevado de problemas cardiovasculares e óbitos, especialmente em pessoas com hipertensão, quando comparado a pacientes que utilizam a versão em comprimido da droga.

Acontece que, segundo a pesquisa, a quantidade de sódio no medicamento efervescente ultrapassa a dose diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que deveria ser de 2g, o que eleva a probabilidade de ocorrência de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e morte. Entretanto, o consumo esporádico, não está associado a intercorrências negativas, como ressalta o cardiologista intervencionista Ernesto Osterne, do ICTCor – Instituto do Coração de Taguatinga.

“O consumo exagerado de sal é um fator determinante no risco de doenças cardíacas e circulatórias, já que o sódio, um dos principais componentes nesse tipo de medicamento, é frequentemente usado para ajudar comprimidos  efervescentes a se dissolver na água”, conta Ernesto. 

A pesquisa europeia destaca ainda que das 300 mil pessoas analisadas com idades entre 60 e 90 anos, com registros médicos no sistema de saúde da Inglaterra, cerca da metade tinha pressão alta. Todos receberam prescrição de uso do paracetamol, sendo que alguns na forma com sódio, e outros sem o elemento. Os cientistas que acompanharam essas pessoas por um ano, constataram que nos pacientes hipertensos que usaram a versão efervescente, o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca após um ano foi de 5,6%, e de morte foi de 7,6%. Naqueles com pressão alta tomando paracetamol sem sódio, esses percentuais foram de 4,6% e 6,1%, respectivamente. Mesmo em pessoas sem pressão alta, a probabilidade de sofrer de infarto, derrame ou insuficiência cardíaca no prazo do estudo foi de 4,4%, enquanto o índice de óbitos foi de 7,3%. Já nos indivíduos do grupo de controle, que usaram o medicamento em forma de comprimido, as chances foram de 3,7% e 5,9%, respectivamente.

Precauções

Para o cardiologista Ernesto Osterne, o primeiro passo nos cuidados com a saúde do coração, seguindo o viés da pesquisa, é estar alerta quanto aos riscos associados aos medicamentos que contêm sódio. A indicação é evitar o consumo desnecessário dos mesmos, principalmente quando esse tipo de remédio é prescrito por um longo período. “As pessoas devem prestar atenção não apenas à ingestão de sal em seus alimentos, mas também não negligenciar a ingestão oculta de sal dos medicamentos”, ressalta o médico. 

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