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MID – Movimento Internacional de Dança põe DF para dançar

Híbrido, festival traz coreografias do Brasil e da França

O Homem na prancha – Renato Mangolin

Com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC), começa na terça-feira (7.9) a 6ª edição do Movimento Internacional de Dança (MID), considerado o maior e mais representativo festival de dança do Centro-Oeste. O evento, com apresentações virtuais e presenciais, traz coreografias da França, México e Brasil (participações de grupos do Ceará, Paraná, Rio de Janeiro e Brasília.

 
As atividades presenciais serão na área externa do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), com transmissão ao vivo no canais do YouTube do Banco do Brasil e do MID. O evento, que vai até 12 de outubro, recebeu R$ 400 mil do FAC Áreas Culturais de 2017 e gera 140 empregos diretos, com estimativa de  300 postos de trabalho indiretos. Tem ainda patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Embaixada da França e Instituto Francês.

 
Acompanhe a programação:

MID – Movimento Internacional de Dança -https://movimentoid.com.br/

Youtube Banco do Brasil:https://www.youtube.com/user/bancodobrasil

Youtube MID – https://www.youtube.com/channel/UCtbXW6udGTm1Tobt3qykXXQ

 
Diretor-geral do evento, Sérgio Bacelar aposta na capacidade do MID de ampliar a percepção do público para o universo da dança. “Quando você pensa na dança de forma segmentada, ela não tem muita força, mas na hora que se reúne o universo dos diferentes estilos, ela toma um fôlego difícil de dimensionar”.


Bacelar acredita também no conceito: “O nosso papel é o de ser um lugar para a gente ver todas as danças, para dançar todas as danças. Possibilita assim ao público interessado em um tipo de dança a oportunidade de conhecer outro”.

 

DESTAQUES

 
Em “Homem na Prancha”, o bailarino Edson Beserra, mestrando em dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), explora o que denomina “a difusão como qualidade de movimento, o cambalear das águas e do vento, a névoa e a utilização das cores”.  Ele parte de evocações da tela do pintor pré-impressionista inglês William Turner, “Naufrágio de um cargueiro”, para se encontrar com o personagem principal do conto de terror do escritor francês Guy de Maupassant, “O Horla” – e dança o desconforto físico que experimenta com esse ensaio.

 

“Por ser do candomblé, o meu olhar se desviou para o navio negreiro, uma obra muito forte”, conta ele. Com Maupassant, o bailarino teve contato com outra embarcação misteriosa que desce o rio Sena. “Então eu faço uma ponte entre esses dois navios e passo a dialogar intimamente com a presença do invisível, seja o vento, a água, o fog ou a presença sobrenatural”.


MULHER


Rosa Primo e Clarice Lima representam o Ceará com “Iracema”. Trata-se de um espetáculo de dança voltado para o público infantil, a partir da personagem feminina do romancista conterrâneo José de Alencar. Elas propõem pensar e discutir questões que atravessam a figura da mulher a partir do lugar do feminino entre os povos originários do Brasil.

 

“Eu, Clarice Lima, Carolina Wiehoff e Raisa Christina – quatro mulheres, todas com filhos entre 1 a 4 anos, na ocasião – nos unimos em busca de ouvir Iracema; já que em sua história, escrita por José Alencar, ela não tem voz e expressa-se na fala de todos os outros personagens: homens”, diz Rosa.

 

Acredita que, ao se voltarem para Iracema, exaltam “o processo de violência colonial, que estuprou mulheres e exterminou etnias não brancas. Lidando com nossos filhos, tendo em vista essa imagem impregnada na cultura cearense, o incômodo nos colocou no mundo, com o jogo de forças que o sustenta e nos fazendo nos deslocar de nós mesmas. A potência dessa escuta veio das crianças.”

 

“Fazer um trabalho de dança para crianças a partir da figura de Iracema foi um grande desafio. Durante o processo, olhamos criticamente para o livro de José de Alencar e também para como a imagem de Iracema foi e é utilizada não só na cidade de Fortaleza, mas em todo país. Quanto mais a gente se debruçava sobre a obra, as questões como o extermínio e a colonização dos povos indígenas, o machismo e o feminicídio chegaram bem fortes para a equipe de criação. Com esse trabalho, nosso maior desejo era imaginar que outras histórias de Iracema pudessem ser dançadas”, complementa Clarice Lima.

 
ÄGO


Considerada uma super atração nacional, Ägô – solo da bailarina Cristina Moura – se propõe a compartilhar ideias, imagens, palavras e movimentos. Cristina diz que “Ago transita por linguagens artísticas e evoca imagens de passado e futuro para falar do tempo de hoje, questões contemporâneas e urgentes”. Alerta que seu trabalho não trata de religião, mas visita símbolos e ancestralidade, tratados sempre de forma contemporânea. “Ägô é um compartilhamento, um jogo cênico onde intérprete e plateia constroem juntos a cena”.


Os ingressos serão adquiridos pelo site ou aplicativo da Eventim; a capacidade dos teatros foi reduzida em 50%, de forma a evitar aglomerações. Os organizadores informam que não há previsão de fila de espera por desistência, a temperatura dos visitantes será aferida nas entradas dos espetáculos, o distanciamento recomendado entre as pessoas será de dois metros, com uso de máscara cobrindo boca e nariz durante todo o tempo e haverá disponibilidade de álcool em gel.

 
Garantem ainda que todos os envolvidos na realização dos espetáculos, como dançarinos, técnicos e produção serão testados regularmente e haverá supervisão de um profissional da área de Saúde.

 

MOVIMENTO INTERNACIONAL DE DANÇA – MID 2021

7 de setembro a 12 de outubro de 2021

Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB)

Site: https://movimentoid.com.br/

Informações: (61) 3108-7600


Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

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