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Cavidade bucal X Covid-19

A cavidade oral tem despertado o interesse dos cientistas que buscam melhor compreender a COVID-19. O papel da saliva e dos tecidos orais na infecção e transmissão tem sido investigado, assim como a possibilidade de doenças bucais estarem associadas a piores desfechos da doença causada pelo vírus SARS-Cov2.

Elisa Grillo – Divulgação

         Os tecidos que revestem a cavidade bucal são prováveis portas para a infecção, replicação e transmissão desse vírus, pois apresentam células capazes de expressar a enzima conversoras de angiotensina 2 (ACE2) e a serina protease transmembranar 2 (TMPRSS2), que são fatores que permitem a entrada do vírus SARS-Cov2 no hospedeiro. 

De acordo com a periodontista da Perio’Life Elisa Grillo, outra evidência da associação Covid-19 e cavidade bucal é a maior severidade observada nos pacientes portadores de periodontite, doença que acomete os tecidos de suporte do dente (gengiva e osso).

            A Periodontite é a sexta doença mais prevalente no mundo, que é caracterizada pela destruição do osso ao redor do dente e também está relacionada a diversas doenças em outras partes do corpo, como diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão e obesidade. O aumento da inflamação sistêmica e dos níveis de citocinas provocados pela periodontite é um dos possíveis links entre a saúde bucal e a sistêmica, e que também pode justificar sua relação com a Covid-19.

      É importante ressaltar que o tratamento da periodontite, e consequente diminuição dos marcadores inflamatórios, também melhora o controle do diabetes e de doenças cardiovasculares, reconhecidos fatores de risco de complicações da Covid-19.

         Diante da possibilidade de que a cavidade oral seja um importante local para infecção e replicação do SARS-cov2, somada às evidências de maiores complicações associadas às doenças bucais, devemos destacar a importância dos cuidados bucais na atual pandemia. Visitas frequentes ao dentista e corretos hábitos de higiene oral podem prevenir a contaminação pelo vírus e também os riscos de internação, necessidade de ventilação assistida e morte por Covid-19.    

           Elisa explica que na contramão da necessidade de se intensificar os cuidados bucais durante a pandemia, temos notado um receio dos pacientes em comparecer aos consultórios para tratamento odontológico ou prevenção periódica. A hesitação dos pacientes em cuidar da saúde bucal combinada aos hábitos alimentares inadequados, higiene bucal ruim e ao estresse desse período de isolamento estão tendo consequências catastróficas em todo o mundo: aumento da incidência de cáries, doenças gengivais e fraturas dentárias.

Para reverter essa situação, que presidente da FDI (Federação Dentária Internacional) chamou de desastre odontológico, é imperativo a conscientização da comunidade para os prejuízos causados pela falta de cuidados dentários e o impacto sistêmico associado, inclusive em relação ao risco maior de desfechos graves da Covid-19. O estabelecimento de uma relação de confiança com o dentista, expondo os receios e esclarecendo dúvidas em relação à biossegurança do consultório, pode diminuir o risco de contaminação durante o tratamento odontológico e contribuir para a segurança do profissional e paciente nesse momento.

Serviço:

Elisa Grillo Araújo

Cirurgiã-dentista

Especialista em Periodontia

Mestranda-Unb

Responsável técnica Clínica Perio’Life

Tel: (61) 99960-3770

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