O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele, com diminuição ou falta de melanina em certas áreas do corpo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ele atinge mais de um milhão de pessoas no Brasil e 1% de toda a população mundial.
As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam o problema. Trata-se de uma dermatose de cunho auto-imune. Contudo, é sabido que em cerca de 30% dos casos, há um histórico familiar da doença.
O dermatologista Erasmo Tokarski ressalta que o vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física, no entanto, as lesões provocadas impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Por isso, além do profissional de pele, por vezes, o acompanhamento psicológico se faz necessário.
“A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada. Porém, a maior preocupação são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento”, explica.
O dermatologista explica que há dois tipos de vitiligo: o Unilateral – quando a doença se manifesta em apenas em uma parte do corpo. “Esse costuma aparecer quando o paciente ainda é jovem e pelos ou cabelos também podem perder a coloração”, diz.
E o Bilateral que, segundo Tokarski, é o tipo mais comum. Nesses casos, costuma se manifestar nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés e dois joelhos.
“Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz e boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve, e depois há períodos de estagnação. Isso ocorre ao longo de toda a vida e, com o tempo tendem a se tornar maiores”, detalha o profissional.
Tratamento e Prevenção
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia não existem formas de prevenção do vitiligo. Indivíduos afetados pelo quadro, devem realizar vigilância periódica da pele e evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes, como o uso de roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição ao sol. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.
O tratamento para a doença deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. A Dermatologia Integrativa é uma ótima aliada no controle da doença. A modalidade se propõe a ampliar o olhar ao paciente, observando não somente os fatores físicos, mas os emocionais e psíquicos que interferem na saúde da pele. O tratamento segue as bases da medicina convencional, mas pode ser associado a técnicas complementares, integrando diversas abordagens terapêuticas para atender as necessidades do paciente.
Entre as opções disponíveis está o uso de medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também é possível utilizar tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos.
Erasmo Tokarski relembra que o tratamento do vitiligo é individualizado, e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro.
Vale lembrar que a proteção contra os raios solares é essencial em todos os casos. As manchas deixam a pele sem pigmento e, por isso, totalmente desprotegida, aumentando o risco de câncer.
“É bastante importante que o acompanhamento seja feito por um profissional qualificado. Somente ele poderá indicar a melhor opção após avaliar o paciente. A doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada, assim permitindo uma excelente qualidade de vida”.