Proposta do deputado José Gomes prevê atendimento especializado para quem ainda apresenta sequelas da doença
Além dos graves riscos à vida que o coronavírus apresenta, grande parte dos que foram infectados continua apresentando sequelas, mesmos depois de receber alta hospitalar. Foi pensando exatamente nesses pacientes, que o deputado José Gomes protocolou, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, Projeto de Lei que autoriza o Executivo a criar Centros Integrados de Reabilitação (CEIR) para pacientes curados da COVID-19 e necessitam de um atendimento multidisciplinar.
De acordo com estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, com pacientes que se curaram do coronavírus, 39% dos pesquisados disseram não ter retomado às atividades normais 60 dias após a alta hospitalar e cerca de 12% relataram que não conseguiam mais cuidar de si mesmos sozinhos, ou tão bem quanto antes. Um a cada quatro admitiu ficar sem fôlego ao subir pelo menos um lance de escada e um terço continuava apresentando sintomas semelhantes aos da Covid-19, incluindo problemas com paladar ou olfato. “Mesmo pacientes que não apresentaram sintomas graves sofrem com sequelas que devem ser tratadas para que recuperem a qualidade de vida que tinham antes”, pontuou o deputado José Gomes.
A proposta do distrital prevê que os Centros Integrados de Reabilitação (CEIR) prestem atendimento especializado de fisioterapia respiratória e motora, cardiologia, fonoaudiologia, clínica médica, pneumologia, reumatologia, psicologia, psiquiatria e assistência social, além de todos os instrumentos, insumos e especialidades necessárias para o seu funcionamento, de acordo com os protocolos de saúde definidos pelas autoridades de saúde do Distrito Federal.
O deputado defende que muitos pacientes que contraíram a Covid-19 relatam que precisaram aprender a respirar novamente, sem ajuda de aparelhos e que após alta hospitalar, o corpo precisa se acostumar novamente com posições e movimentos que antes eram naturais. “Por isso, o tratamento do Covid-19 não acaba assim que o paciente recebe alta, existe todo um trabalho posterior a ser executado para que o recuperado tenha de volta a confiança necessária para retomar sua qualidade de vida e seu trabalho” , enfatizou José Gomes.
De acordo com a proposta, o Poder Executivo poderá realizar convênios diretamente com a iniciativa privada ou através do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), para garantir a implementação da Lei.