Mais de 110 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 já foram aplicadas no Brasil, o que significa que mais da metade da população vacinável já recebeu pelo menos uma dose de imunizante, ou seja, mais de 80 milhões de pessoas. Os dados são do Ministério da Saúde.
No país, considera-se público vacinável pessoas maiores de 18 anos, correspondendo a cerca de 160 milhões de brasileiros. Já foram distribuídas, pelo Ministério da Saúde, mais 143 milhões de doses de vacinas para os estados e o Distrito Federal, possibilitando a imunização de 100% dos grupos prioritários da campanha, com pelo menos uma dose da vacina.
Para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a marca atingida vai além dos números. “Os efeitos da nossa campanha de vacinação podem ser percebidos na redução de óbitos e de internações decorrentes da doença. Estamos no caminho certo para salvar cada vez mais vidas”, afirmou.
Queiroga também ressaltou a importância de que a população complete o esquema vacinal com as duas doses dos imunizantes, quando necessário. “A melhor vacina é aquela aplicada no braço do brasileiro. E, para que ela tenha o efeito desejado, é preciso que a pessoa vá até o local de vacinação no prazo correto e tome a segunda dose. Só assim a imunização estará completa”, reforçou.
Atualmente, o Brasil conta com quatro tipos de vacina contra a covid-19. Três delas precisam de duas doses para completar o processo de imunização, conforme recomendado pelos laboratórios responsáveis pela produção da CoronaVac, Oxford/AstraZeneca e Pfizer/BioNTech. Já a fabricante da Janssen indica somente uma dose.
Incentivo a vacinação
Apesar do avanço, muitas pessoas ainda têm medo dos efeitos colaterais das vacinas e, se não recebem a imunização, além de colocarem a sua vida em risco, acabam prejudicando ao desproteger todo o grupo. “Os sintomas que eventualmente podem surgir são respostas normais do sistema imunológico quando ele detecta algum agente que o estimule”, explica o biólogo Dr. Walter Neto, professor de Imunologia do curso de Enfermagem do Centro Universitário IESB.
Ele reforça que, quando tomamos qualquer medicamento ou vacina, devemos pesar sempre duas coisas: o risco e o benefício. “A vacina é uma conquista da humanidade. É civilizatória e não reconhecê-la é desejar a barbárie. Elas possuem um risco baixíssimo e um benefício imenso. Em relação a Covid-19, quem não vacina tem um risco enorme de ser contaminado, não importa os cuidados e o tipo de vida a pessoa tenha. Há ainda chance de vários dias de dor, de ser hospitalizado, chance de ir pra UTI, ficar entubado e até morrer. Em contrapartida, ao vacinar, há apenas um pequeno risco de dor local ou algumas horas de febre baixa. Quando colocamos desta forma, percebemos que vacinar é a melhor decisão”, orienta o especialista.
Efeitos colaterais podem (ou não) ocorrer com qualquer vacina, seja AstraZeneca, CoronaVac, Pfizer ou Janssen. Muitas vezes, o que leva as pessoas ao temor da imunização são as informações distorcidas e até inventadas.
A seguir, o professor Dr. Walter Neto esclarece quatro mitos sobre os imunizantes para você se proteger também contra as notícias falsas.
Vacinas COVID-19 não são seguras porque foram fabricadas com muita rapidez
MITO. As vacinas realmente foram produzidas em velocidade nunca vista, mas também nunca tivemos uma ameaça para a qual estivéssemos prontos para reagir como com a Covid-19. Por exemplo, na última grande pandemia gripal, a gripe espanhola, não tínhamos tanto conhecimento e tecnologia quanto temos hoje. Além disso, todas as vacinas aprovadas no Brasil foram submetidas às mesmas fases de testes de vacinas anteriores.
Vacina com 50% de eficácia é igual a “cara ou coroa”
MITO. Na verdade, ainda que fosse cara ou coroa, pelo menos teríamos uma chance. Entretanto, a eficácia de 50% não deve ser entendida desta forma. A vacina não é um mecanismo de proteção individual. A eficácia deve ser medida com base na capacidade de evitar mortes pela doença e de conferir proteção coletiva. E, neste caso, todas as vacinas aprovadas no Brasil possuem altíssima taxa de sucesso.
Quem já teve Covid-19 não precisa ser vacinado
MITO. A vacina é indicada tanto para pessoas que tiveram, quanto para pessoas que não tiveram Covid-19. Há estudos recentes mostrando que pessoas que já tiveram o vírus passam a ter uma proteção muito maior após a vacina do que apenas com a exposição pretérita ao vírus.
Após tomar a vacina poderei abandonar as medidas de proteção
MITO. Mesmo após receber a segunda dose é preciso manter os cuidados essenciais, como distanciamento social e uso de máscara, pois a imunidade não começa logo após a segunda dose do imunizante, e devido ao fato de que não existe vacina 100% eficaz. A nossa proteção individual depende tanto da nossa imunização quanto da imunização de outras pessoas ao nosso redor.