A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) está ensaiando para apresentar ao seu público na terça-feira (24) o “Concerto Russo”, trazendo de Sergei Rachmaninoff o “Concerto nº 2 para piano e orquestra”, com duração de 35 minutos, e a Sinfonia nº 5, de Dmitri Shostakovich, 50 minutos.
O regente da OSTNCS, Claudio Cohen, lembra que Rachmaninoff é um dos últimos grandes expoentes do Romantismo, estilo em que “a emoção domina o discurso musical por meio de melodias mais sentimentais”.
Nascido em 1873 na Rússia, viveu metade sua vida no ocidente, emigrando depois da Revolução de 1917 para a Escandinávia e, um ano mais tarde, embarcando para os Estados Unidos com a família, país onde veio a falecer em 1943. Isso parece ter ficado refletido em sua música, cuja maioria das peças vem carregada de melancolia, num estilo romântico tardio que lembra o conterrâneo Tchaikovsky, trinta e poucos anos mais velho e dentro do mesmo estilo estético.
Sobre o “Concerto para Piano Nº 2 em Dó Menor, Op. 18”, Cohen destaca a beleza e o fino acabamento da obra, que fizeram dela um novo modelo estético de concerto romântico para piano. Segundo o titular da Sinfônica, “o impacto emocional do concerto entusiasmou autores de trilha para cinema”. Ele cita o autor húngaro de épicos da MGM Miklós Rosza (“Bem-Hur”, 1959) e o italiano Nino Rota (do magistral tema de “O Poderoso Chefão”, 1972).
A solista do concerto será a pianista Simone Leitão. “Esse é o meu debut com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e estou muito contente e grata”, afirma. Sobre o concerto em si, ela diz que “é uma obra incrível. Provavelmente o concerto de piano mais famoso e mais executado. Eu já o toquei 15 vezes e vai ser uma alegria fazê-lo novamente. Meu professor nos Estados Unidos estudou com amigo pessoal de Rachmaninoff”.
Dmitri Shostakovich
Depois do intervalo no concerto de terça, é a vez de Dmitri Shostakovich (1906-1975), compositor que sobreviveu à censura da revolução comunista em seu país natal. Quando, em 1932, o Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética lançou uma nova resolução de controle artístico, o compositor nascido em São Petersburgo descobriu que, para sobreviver, precisaria descobrir um modo de transpor a realidade utópica socialista – “realismo socialista” – para a música de concerto.
Assim, conta Cohen, surgiu a “Sinfonia nº 5”, composta entre abril e julho de 1937. A estreia em 1937, em sua terra natal, foi um imenso sucesso e ajudou a reabilitação de Shostakovich, que havia sido alvo de ataques do “Pravda” (jornal oficial do partido, responsável pelo patrulhamento ideológico). “Isso lhe possibilitou encontrar uma linguagem que lhe permitiria continuar a compor, com toda a força de seu talento, por mais 30 anos”, conta o regente.
Serviço
“Concerto Russo”
Sergei Rachmaninoff, “Concerto nº 2 para piano e orquestra” (35 minutos)
Intervalo
Dmitri Shostakovich, “Sinfonia n°5 em ré menor, Op. 47” (50 minutos)
Data: 24 de setembro
Maestro: Cláudio Cohen
Solista: Simone Leitão
Acesso e hora: Entrada franca por ordem de chegada até a lotação do espaço. Os portões são abertos às 19:15 para idosos e pessoa(s) com deficiência e às 19:30 para o público em geral. Concerto começa às 20h.
Local: Cine Brasília, Entrequadra Sul 106/107
Dúvidas e informações: 2017-4030