A cada ano, 1,9 milhão de pessoas morrem por doenças cardíacas causadas pelo tabaco de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
As primeiras doenças relacionadas ao tabagismo que nos vem à nossa mente são: problemas pulmonares e cânceres. Entretanto, o hábito pode causar outros estragos. Isso porque o tabagismo está entre os vilões quando o assunto se refere às doenças cardiovasculares – principais causas de mortes no mundo. Para reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, foi criado por meio da Lei 7.488/86, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto.
Responsável por elevar a pressão arterial e a frequência cardíaca, o tabaco bem como seu uso, aumenta o risco de surgimento de diversas outras doenças cardiovasculares, sendo as mais comuns a angina e o infarto. “O cigarro está entre os principais fatores que causam as doenças cardiovasculares, pois suas substâncias tóxicas agridem o endotélio – parede de células que recobre os vasos sanguíneos. Ao danificar essa estrutura, aumenta o risco de causar infarto ou AVC”, explica o cardiologista hemodinamicista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Ernesto Osterne.
Outro dano acontece no mecanismo de contração e relaxamento do coração. Os efeitos do fumo geram maior dificuldade no bombear comprometendo a circulação do sangue pelo corpo. Um único cigarro é capaz de contrair todos os vasos sanguíneos. O fumo também faz acelerar um processo conhecido como oxidação do colesterol e favorece a formação da placa de aterosclerose, que é estopim para o infarto.
Quem convive com um fumante também corre o risco de ter doenças cardiovasculares, pois segundo diversos estudos, conviver com quem fuma afeta o coração, além de aumentar em até duas vezes o risco de câncer. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares e o câncer têm o tabagismo como importante fator de risco, eles foram as principais causas de óbitos atribuíveis ao tabaco no país nos últimos anos.
Para quem deseja parar de fumar, o Dr. Ernesto comenta que há tratamento para auxiliar, porém é muito importante que o paciente tenha consciência de que o cigarro faz mal. “O sucesso do tratamento do tabagismo está associado à mudança de comportamento. A abordagem é feita por equipe multidisciplinar que pode ou não fazer uso de medicamento, que é uma parte do processo, e não tem caráter decisivo para a abstinência, eles apenas auxiliam na redução da síndrome de abstinência nas primeiras semanas sem fumar”, conclui.
Tabagismo e potencial risco para Covid-19
Fumantes são vulneráveis à infecção pelo novo coronavírus, pois o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. O uso de produtos que envolvem compartilhamento de bocais para inalar a fumaça — como narguilé e dispositivos eletrônicos para fumar (cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco aquecido) — também podem facilitar a transmissão do novo coronavírus entre seus usuários e para a comunidade.
A Covid-19 leva a uma série de reações responsáveis por desequilibrar doenças cardiovasculares, pois causam alterações no sistema imunológico além de um estado inflamatório crônico latente, o que pode agravar a evolução da doença. É recomendado procurar atendimento médico quando apresentar sintomas de gripe, febre e cansaço, falta de ar e fadiga, no caso dos cardiopatas, se esse diagnóstico for precoce, o tratamento pode ajudar de forma que não desenvolvam a fase mais severa do novo coronavírus.