As cores e a força da natureza são marcas registradas nas pinturas de Luiza Gottschalk, que morou em uma fazenda no meio da floresta na Serra da Mantiqueira (MG), até os nove anos de idade. A exposição “Clareira” elaborada por Luiza, especialmente, para o Museu Nacional da República, e que ficará aberta ao público no período de 25 de fevereiro a 10 de abril, reúne 22 pinturas em telas de grandes dimensões criadas, majoritariamente, entre 2019 a 2022. São obras que retratam de forma orgânica da mata, onde ela passou sua infância, com tons e seres ainda presentes na imaginação da artista, que desenvolveu uma técnica em que mistura tecidos, água, pigmentos e tinta óleo.
E para criar uma ambientação especial, Luiza descontruiu o espaço expositivo e fez uma instalação que convida os visitantes a entrarem em uma verdadeira clareira. Para isso, a artista coletou na floresta da Serra da Mantiqueira, lugar de onde carrega grande parte das suas memórias afetivas, vinte sacos de folhas que foram transportadas para o Museu da República, onde cobrirão o chão em um espaço de 11 x 4 metros de diâmetro. “Quero que o público sinta a floresta através das pinturas com suas cores, matizes e texturas, além do aroma que exala das folhas e deixar no ar a pergunta: Você está olhando a floresta, ou é ela que te olha?” , afirma Luiza, que faz questão de dizer que essa floresta mora dentro dela até hoje.
Para Denise Mattar, curadora da exposição, arte e vida não são separadas, e integram saberes, simbologias e metáforas inerentes às cores, sons, sabores, texturas e odores que a terra nos oferece. “Um artista como Kandinsky, que, descortinou um mundo novo de possibilidades para a arte, afirma em seu livro O Espiritual na Arte, que “não se vê uma pintura apenas com os olhos, mas com os cinco sentidos”. Nesse imbricamento entre arte, vida e magia se situa a proposta de Luiza Gottschalk para sua pintura.” , define Mattar.
O trabalho de Luiza surge do encontro de diferentes linguagens artísticas, que fizeram, e ainda faz parte da sua formação, como pintura, teatro e dança. “Expor no Museu da República é de grande importância, por ser um dos cinco museus mais visitados do país. É uma grande responsabilidade e eu estou muito feliz de mostrar mihas pinturas, pela primeira vez em Brasília e , em especial, em uma obra criada pelo genial Oscar Niemeyer” , afirma Gottschalk, que não vê a hora de conferir a reação do público brasiliense com o seu trabalho.
Sobre a artista:
Luiza Gottschalk (São Paulo, 1984) vive em São Paulo. É graduada em Artes Cênicas pela Escola de Teatro Célia Helena ( 2001); graduada em Artes Plásticas (2014) e pós graduada em Artes Visuais pela FAAP (2018). Entre 2013 e 2018 esteve presente em diversas exposições coletivas, com destaque nos 46º e 47º Annual Art Awards (MAB Museu de Arte do Brasil, São Paulo, 2014 e 2015), conquistando o segundo e terceiro prêmios (pinturas), e no 47º Salão de Artes de Piracicaba.
Em 2016 realizou sua primeira exposição individual, “Acidente”, no foyer do subsolo da Estação Satyros, teatro experimental de SP e em 2019, sua segunda individual, “Ensaio Aberto”, na Praça das Artes, Teatro Municipal de São Paulo. Entre as exposições coletivas que participou se destacam: “Artists at Work” (ISCP-NY, Nova Iorque,2020); “Unidos da Barra Funda” ( Olhão, São Paulo,2018); “Práticas Artísticas Contemporâneas: Formação Continuada” (MAB-FAAP, São Paulo, 2018); “Técnica Mista, Dimensões Variáveis” (Lab 52, São Paulo,2015); “Em Oito Atos” (Agosto, São Paulo,2015) e “Acervo” (Galeria Fita Tape, São Paulo, 2016). Luiza também tem em seu currículo residências artísticas “Agora Collective” (Berlim, 2012); “Siena Art Institute” (Siena, 2016); “Atelier do Centro” (São Paulo,2017) e “ISCP-NY” (Nova Iorque, 2021 e 2021).
Exposição “Clareira” Luiza Gottschalk Onde: Museu Nacional da República Quando: De 25 de fevereiro a 10 de abril Horário: Sextas, sábados e domingos das 9h às 17 h Entrada franca A apresentação do comprovante de vacinação é obrigatória |