Novas práticas adotadas em instituições de ensino podem construir uma sociedade mais solidária
Nesta terça-feira (24), é comemorado o Dia Internacional da Educação. A data está no seu quinto ano de celebração e foi proposta pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 2018. Pensando nas diversas pautas que a data acolhe, um dos temas debatidos para o aprimoramento da educação é a importância do trabalho sobre valores dentro das instituições de ensino para propagar a paz. Pedagoga do Núcleo de Educação a Distância do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Ana Gabriella Sardinha explica como o conceito de “Educação para a Paz” pode beneficiar o aprendizado no Brasil.
A questão da violência no Brasil é uma das maiores preocupações da sociedade. Nesse sentido, um dos significados desse dia é refletir sobre o papel da Educação para a Paz e o desenvolvimento. Para Ana Gabriella, além de planejar, implementar, integrar noções de educação não violenta, é necessário promover valores como tolerância, respeito e compreensão dentro das escolas, para que seja possível construir uma sociedade mais justa e solidária.
De acordo com estudo divulgado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, um em cada 10 estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. Entre os professores, sete em cada 10 relatam um aumento de violência nas escolas, especialmente entre os próprios alunos.
Metodologia adotada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a Educação para a Paz é um processo contínuo que visa desenvolver a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações, raças, grupos étnicos e indivíduos, e promover a Cultura da Paz, por meio de atividades realizadas nas instituições de ensino com esporte, arte, cultura, lazer e noções de cuidado com o meio ambiente.
Ana Gabriella destaca que a Educação para a Paz não se limita às aulas de ciências humanas, mas deve ser incorporada em todas as áreas do conhecimento. “É fundamental que a Cultura da Paz seja uma prática constante e não apenas uma ação pontual”, afirma. Segundo ela, são válidos todos os esforços dos profissionais da educação e estudantes que buscam paz na educação e nas escolas das periferias. “Precisamos colocar em prática os princípios registrados no Manifesto UNESCO 2000 por uma cultura da paz e da não-violência: respeitar a vida, rejeitar a violência, ser generoso, ouvir para compreender, preservar o planeta e redescobrir a solidariedade. Esta data pede paz na educação”, completa.
Manifesto pela Paz
O Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-Violência foi escrito por um grupo de vencedores do Prêmio Nobel da Paz visando criar um senso de responsabilidade pessoal em relação à humanidade. Foi lançado em Paris em março de 1999 e aberto para assinaturas do público geral em todo o mundo. O documento inclui Nelson Mandela, Dalaï Lama, Desmond Tutu e Mikhail Gorbatchev. Os pilares da publicação são: não-violência, o diálogo, a tolerância, a reconciliação, a justiça e a solidariedade no cotidiano seriam alguns dos principais compromissos. Mais de 76 milhões de pessoas no mundo assinaram o manifesto.
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