Com entrada gratuita, e temporada de 17 de agosto a 10 de setembro, na Galeria 4 do CCBB
Brasília, o espetáculo traz provocações sobre o etarismo, o preconceito e os efeitos do
isolamento pós-pandemia na terceira idade
O Último Tango
é um projeto vencedor do Prêmio de Estímulo ao Teatro 2022 da Funarte na
Categoria Centro-Oeste e narra o
encontro de dois homens com ritmos de vida distintos, um
deles maduro e o outro idoso,
que juntos, encontram na
dança o
compasso da superação e um
sopro de salvação.
O Último Tango,
com
texto
inédito de Santiago Serrano, dirigido por Sérgio
Maggio, tem entrada gratuita e cumpre temporada de 17 de agosto a 10 de setembro, na Galeria
4 do Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB Brasília.
O
espetáculo mergulha no universo de dois desconhecidos que se unem em razão da paixão
pelo tango e que revoluciona as suas vidas. Os personagens
apontam
para a capacidade de
reinvenção do ser humano em qualquer faixa etária d
a
vida.
O tango é o pano de fundo e palco
para reflexões profundas sobre encontros e superação
Na candência de
O Último Tango,
finitude, etarismo, preconceito, homofobia e os horrores e
contradições de um tempo que flerta com o fascismo vão sendo costurados durante toda a
dramaturgia e resulta em um palco para reflexões sobre a vida pós-pandemia e a autonomia
na terceira idade.
A montagem reúne dois dos principais atores do teatro do Distrito Federal: Chico Sant ́Anna e Jones Abreu Schneider, além de um time talentoso de diversas gerações de Brasília.
Antônio é um octogenário viúvo, que aparenta perda de memória e vive sozinho, mas sob a
ditadura de seus dois filhos, em busca de um cuidador para o pai. Seu sonho é aprender a dançar
tango e conhecer Buenos Aires, promessa feita à esposa Elvira, exímia dançarina de tango.
Manoel é um artista maduro que passa por dificuldades financeiras, dá aulas de tango nas praças
e sem residência fixa.
Antônio e Manuel são dois homens que atravessaram o seu tempo, envelheceram os corpos, mas mantiveram os sonhos vivos. Até se conhecerem, a vida parecia um driblar de horas e dias. Um olhar e um gesto de solidariedade, no entanto, mudaram os seus destinos.
Em sintonia, os dois acertam o passo e se unem ao ritmo portenho para construírem uma narrativa forte, atual e que precisa urgentemente ser encarada pela sociedade. O autor do texto, Serrano, que vem a Brasília especialmente para a estreia, explica que O Último Tango é uma obra que faz refletir com uma dose de humor sobre a velhice e a reação ante ela.
Sobre o isolamento e a perda de autodeterminação sofridos pelos idosos. “Entre sorrisos e
tango, assistiremos a um encontro fortuito que mudará a vida de dois solitários. Sempre existe
outra possibilidade, só temos que procurar outra saída”, conta o autor argentino, com inúmeras
montagens de sucesso em Brasília e no Brasil.
Para Schneider, intérprete de Manoel, “essa é a história de dois homens que encontram na arte, a
salvação”, explica. “A arte salva”, emenda Sant ́Anna, que, aos 72 anos, é personagem e
testemunha das agruras pós-pandemia e sobreviveu ao isolamento se alimentando disto. Os dois
atores já atuaram juntos em espetáculos inesquecíveis como Arlequim, servidor de Dois Patrões (Hugo Rodas, 1999) e Demônios (Hugo Rodas, 2007).
Ritmos mesclados
A música é um forte elemento na peça, como sugere o título. Os tangos, incluindo os de Astor
Piazzolla e Carlos Gardel, são tocados ao vivo no piano digital (Janaina Sabino); na percussão
(Pedro Tupã). O espetáculo faz referência ao tango antigo, que surgiu
nas ruas, nos bares e nos
bordéis de Buenos Aires, no princípio do século XIX, no lugar onde pessoas de cor negra se
encontram para dançar, o que dá conta das origens étnicas desta dança. Essa foi a deixa para
que, com maestria, Maggio, o diretor, fizesse a fusão desse ritmo “irmão” com as danças afro-
brasileiras. Entre os rastejos de tango desenhados pelos atores em cena, surgem projeções de
vídeo com a dupla Dilo Paula e Lenna Siqueira (Corpus entre Mundos), que propõem uma visão
contemporânea entre esses dois caminhos musicais. A curadoria e a direção de imagem são da
atriz e cineasta Catarina Accioly.
-“Foi um desafio usar um texto tão denso, que fala das relações e do cotidiano e trazer
soluções cênicas para chegar ao realismo que vivenciamos hoje. O resultado é a nossa tentativa
de escrever um poema vivo sobre o envelhecimento, que fosse leve, duro, cômico, denso, poético e bastante realista” aprofunda Maggio.
Sobre o CCBB Brasília
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 outubro de 2000, após uma
grande reforma de adaptação do Edifício Tancredo Neves, com o objetivo de reunir em um só
lugar todas as formas de demonstração de arte e criatividade possíveis, para levá-las ao
público da capital.
O edifício Presidente Tancredo Neves faz parte de um conjunto de obras arquitetônicas
assinadas por Oscar Niemeyer. Com o seu imenso projeto paisagístico, idealizado por Alda
Rabello Cunha, o prédio conta com amplos espaços de convivência, café, restaurante, galerias,
sala de cinema, teatro, salas multiuso, jardins e uma praça central para eventos abertos, onde
são realizados shows, espetáculos e performances.
Serviço:
O Último Tango
Data:
17 de agosto a 10 de setembro de 2023
Horários:
quintas, às 16h (sessões
com libras e
audiodescrição); sextas
(sessão com libras)
e
sábados, às 20h; e domingos (sessão com libras), às 18h.
Local:
CCBB Brasília – Galeria 4
Endereço:
SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes
Especial Sul – Brasília – DF
Ingressos:
GRATUITOS, mediante a retirada no site bb.com.br/cultura ou na bilheteria física do
CCBB Brasília.
Capacidade:
100 lugares
Classificação indicativa:
12 anos
Duração: 70’ minutos
Bate-papo após as sessões dos dias 17 e 19 de agosto, com a presença do autor Santiago Serrano.
Informações
Fone: (61) 3108-7600
E-mail:[email protected]
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