Fibromialgia, dores crônicas, hipermobilidade. Temas que serão debatidos no The 6th International Congress on Controversies in Fibromyalgia, em Bruxelas, Bélgica, nos próximos dias 7 e 8 de março. As discussões, que vão explorar as controvérsias e polêmicas em torno destes assuntos, terá como um dos palestrantes o doutor Carlos Gropen, professor da Universidade Nacional de Brasília e presidente da Sociedade de Estudos da Dor do Distrito Federal. Ele, aliás, será o único especialista latino-americano no evento, composto por representantes europeus e norte-americanos.
Dr. Gropen vai abordar em seu painel a relação entre a hipermobilidade e dores crônicas. “Ter mais flexibilidade, na maioria das vezes, não é uma vantagem, como muitos pensam, mas um fardo. Os pacientes com hipermobilidade sofrem frequentes dores e têm a qualidade de vida comprometida”, explica o médico. Essas pessoas apresentam geralmente um colágeno mais fraco nas articulações, com muitos desgastes e tendência a quadros de dores acentuadas e constantes, a exemplo da artrose, segundo o especialista.
Dados
A prevalência de fibromialgia no Brasil varia entre os estudos, mas estima-se que esteja em torno de 2,5% a 3,3% da população. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, cerca de 39,4% dos brasileiros adultos relataram ter algum tipo de dor crônica. Já a prevalência de hipermobilidade pode chegar a 20-30%.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma condição clínica caracterizada por dor uma musculoesquelética generalizada. É um problema mais comum do que se imagina, atingindo mais de 5% da população e presente em 10 a 15% dos pacientes que frequentam o consultório de reumatologia, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Hipermobilidade
A hipermobilidade articular é uma condição caracterizada pela amplitude anormal das articulações do corpo humano, podendo ainda representar uma característica de doença hereditária. Sua ocorrência varia de acordo com a idade e etnia, com uma incidência que varia de 10% a 57% em diferentes populações. Essa condição pode manifestar-se e atuar como fator predisponente para dores crônicas, fadiga crônica, fibromialgia, enxaquecas, alergias e problemas gastrointestinais. Também são mais prevalentes a depressão, ansiedade, alguns transtornos de personalidade e inclusive há uma associação com transtorno do espectro autista.