Bloco Cafuçu do Cerrado – onde a irreverência de foliões, vestidos de brega, toma as ruas banhados com ‘leite de rosas’, investem nos adereços e esbanjam calças, saias e blusas estampadas
O bloco pré-carnavalesco mais charmoso da cidade traz duas joias da música brasileira – o pernambucano Otto e o paraibano Totonho. A festa, com início às 10h30 da manhã, tem como primeira atração a Orquestra Cafuçu, formada por músicos residentes em Brasília.
Natural de Belo Jardim, interior de Pernambuco, Otto traz referências de cirandas, maracatus e outras batidas típicas do folclore regional. Antenado, acompanha o que de mais importante acontece no pop, no rock e na música eletrônica. Dessa mistura, surge uma combinação de batidas eletrônicas e regionais, macumba, rap e forró. E resulta em uma performance eletrizante no palco.
Cantor, compositor e produtor, Totonho, nascido em Monteiro (PB), montou sua primeira banda aos nove anos de idade – “Os Renegados”. Fundou no ano de 1982, em João Pessoa, o Musiclube da Paraíba, uma cooperativa por onde passou Chico César. Ganhou o mundo quando teve canção incluída na coletânea “La Nouvelle Musique Brésilienne”, lançado pela francesa Totem e em apresentações na Ucrânia, Bélgica, Londres, Rússia, Guatemala, França e Portugal. Já lançou quatro álbuns autorais e no “Samba Luiza Gorda”, de 2018, contou com a participação de Otto na canção “Teste de DNA”.
O Carnaval de Brasília ganha o Nordeste – Contemplados no edital Conexões Cultura, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, a brasiliense Orquestra Cafuçu recebe convites para se apresentar no Carnaval de cidades da Região Nordeste. A primeira parada dos cafuçus do cerrado será em João Pessoa, na Paraíba, dia 21 de fevereiro. Em seguida, no dia 22, se apresentam na Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte. E terminam o giro de volta à Paraíba no dia 23 pelo projeto Praia Soul, em Tabatinga. No repertório, a Orquestra faz um passeio por sucessos da música brasileira com ênfase no brega e suas vertentes.
Cafuçu do Cerrado surgiu em 2013 inspirado nos carnavais de Pernambuco e Paraíba, estados de origem das atrações principais da folia. “Será inenarrável e memorável ter estes dois pesos-pesados da cultura nordestina no nosso pré-carnaval”, aposta Lucas Formiga, um dos produtores.
O charme do bloco está na irreverência dos foliões, identificados como Cafuçus e Cafucetas (ou Rariú, variação pernambucana). Cafuçu é um neologismo brasileiro, usado para designar uma pessoa ‘sem classe’ e com estilo incoerente de se vestir. Portanto, vestem-se de brega, esbanjam cordões de ouro, camisa florida e calça de oncinha, peças do guarda-roupas, que, para eles e elas, são o que há de mais chique e moderno.
Um aviso da produção: Não há espaço para nenhum tipo de violência ou preconceito. Mesmo não sendo declaradamente LGBT, “nosso Bloco a comunidade e quem ousar contrariar, passará por constrangimento”, alertam os organizadores. As recomendações de segurança são: Deixe objetos de valor em casa, reporte agressões e assédios à segurança e não reaja em caso de tentativa de furto, mas informe também à segurança.
Serviço:
Bloco Cafuçu do Cerrado – Vem Neném – Ano 8
Local: Setor Bancário Norte
Dia e horário: 16 de fevereiro de 2020, das 10h30 às 18h30
Entrada franca
O bloco tem realização de Formiga Produções com apoio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do DF, patrocínio da Skol Puro Malte (Ambev), e apoio do Pardim Bar
Orquestra Cafuçu
Formada em 2017 para animar o Bloco Cafuçu do Cerrado, a Orquestra Cafuçu vem, desde então, participando de eventos do bloco e também particulares. A banda é liderada pelo produtor cultural Lucas Formiga, idealizador do bloco e que, na banda, atua como músico, compositor e cantor.
Composta por músicos conhecidos da cidade, a Orquestra tem como integrantes: Lucas Formiga (vocal e guitarra), Ju Cardoso (vocal e backing vocal), Marcos Palmah (vocal e backing vocal), Eli Moura (vocal), Karine Cruvinel (vocal), George Lacerda (percussão), Esdras Nogueira (sax), Alex Silva (teclados), Marcos Moraes (guitarra), Dido Mariano (baixista), Thiago Cunha (bateria), e naipe de metais da Orquestra Popular Marafreboi.
O repertório da banda passeia por sucessos da música brasileira com ênfase no brega e suas vertentes. No palco, em apresentações que fazem todas e todos cantar e dançar juntinho, interpretam versões empolgantes de composições de Luiz Caldas, Sidney Magal, Beto Barbosa, Diana, Pabllo Vittar, Jonny Hooker, Agnaldo Timóteo, Nelson Gonçalves, Sergio Sampaio, Novos Baianos, Raul Seixas, Reginaldo Rossi dentre outros.