Realizada em novembro, campanha “Coração na Batida Certa” tem como objetivo alertar a população sobre a doença
Instituído pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), desde 2007, no dia 12 de novembro é celebrado o Dia de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita. Anualmente, a Sociedade junto à Instituições Cardíacas de todo o país se une e realiza a campanha “Coração na Batida Certa”, que tem como objetivo organizar atividades de educação/orientação para a população sobre a prevenção e tratamento das doenças.
As doenças cardiovasculares ocupam um lugar de destaque entre as causas de morte no Brasil e no mundo. Dentre essas doenças, as arritmias cardíacas, têm grande impacto na mortalidade e na qualidade de vida da população mundial. No Brasil, anualmente, a doença acomete mais de 20 milhões de pessoas e é responsável por mais de 320 mil mortes súbitas no país.
Durante uma arritmia cardíaca o coração pode bater rápido, lento ou em velocidade normal, porém, “fora do compasso”. Mesmo que o paciente não perceba a arritmia, ela pode acarretar efeitos sérios que podem ser desde um derrame ou até mesmo por em risco a vida do paciente. Para o cardiologista eletrofisiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), José Sobral Neto, a doença precisa não apenas de atenção, mas também de prevenção.
“Precisamos chamar a atenção para o assunto, que apesar de comum recebe a importância que deveria da população. A campanha trabalha com dois pilares principais: social – que visa conscientizar a população da existência e modo de prevenir os fatores de risco para o desenvolvimento de arritmias cardíacas e da morte súbita e educativa – para disseminar e implementar diretrizes e guias práticos de prevenção da doença e suas consequências”, alerta.
Ainda de acordo com o profissional a campanha ressalta a importância da realização de exames preventivos e orienta o acompanhamento das arritmias cardíacas por um profissional que tenha a qualificação comprovada.
Diagnóstico, tratamento e prevenção
Conforme explica o também cardiologista eletrofisiologista do corpo clínico do ICTCor, Henrique Maia, embora algumas arritmias ocorram com maior frequência conforme o avanço da idade e/ou estejam associadas a outras doenças como o infarto ou a doença de chagas, existem, também, aquelas que ocorrem em pessoas sem nenhuma doença aparente, independentemente da idade ou sexo, e que podem ser graves e necessitarem tratamento.
Algumas arritmias podem ocorrer sem que o paciente tenha sintoma algum contudo, quando eles ocorrem, os mais comuns são as palpitações, desmaios e tonturas.
“Costumamos falar que cada pessoa conhece ou deveria conhecer o seu próprio corpo. Se o indivíduo percebe que seu coração está batendo de forma inadequada, deve procurar o mais rápido possível um cardiologista para uma avaliação. O médico especialista em arritmia saberá quais exames devem ser feitos para dar o diagnóstico e determinar se há algum risco, se há necessidade de tratamento e qual a melhor orientação para o paciente”, detalha o médico.
Em muitos casos, as arritmias podem ser benignas e não requerem tratamento específico. Quando necessário é possível tratá-las por uso de medicação, através de ablação (uma forma especial de cateterismo durante o qual é possível cauterizar do foco da arritmia) ou em alguns casos, por implante de marcapasso ou outro dispositivo eletrônicos similar.
Como as arritmias podem decorrer de outras doenças cardiovasculares, o cardiologista ressalta ainda que, para preveni-las é preciso, antes, impedir as doenças cardíacas como o infarto e a pressão alta. E isso se faz com hábitos de vida saudáveis, como manter uma alimentação à base de frutas, verduras e alimentos não gordurosos, não se exceder no consumo de bebidas alcoólicas, não fazer uso de tabaco, praticar atividade física e cuidar da saúde emocional, evitando o estresse e, periodicamente, realizar uma avaliação cardiovascular de rotina.