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Bloco Essa Boquinha Eu Já Beijei terá Ellen Oléria e Lan Lan no dia 15 de fevereiro

Bloco feminista vai unir grandes nomes da música brasileira para endossar discurso de contra o machismo, o racismo e a LGBTIfobia

Pelo sétimo ano, o bloco feminista e  LGBTI Essa Boquinha Eu Já Beijei sai às ruas para promover uma festa democrática e de fomento à diversidade, resgatando a linguagem política associada à data – tudo com muita diversão, glitter e música boa, claro.  Além de nomes importantes do cenário cultural brasiliense, o bloco convida para o baile oficial de 2020, a cantora Ellen Oléria e a compositora e percussionista LanLan. Ambas subirão ao palco no dia 15 de fevereiro, no gramado da Funarte, junto às integrantes da Boquinha, para animar o sábado de pré-carnaval.

Nascida e criada em Brasília, Ellen Oléria se formou e Artes Cênicas na UnB, tem mais de 15 anos de trajetória musical, cinco discos lançados e vários prêmios conquistados em festivais brasileiros. A artista conquistou projeção nacional não só pelo voz potente e repertório brasileiríssimo, mas pela representatividade e ativismo político em prol da população negra.

Já Lan Lan é percussionista, cantora e compositora, com mais de 30 anos de carreira e uma indicação recente ao Grammy, em 2018. Aos 50 anos, é referência em representatividade LGBTI na mídia.

Foto Divulgação

As duas vão se unir à banda oficial da Boquinha, composta por Letícia Fialho (voz), Sam Defor (voz), Ju Rodrigues (Voz), Ive Lorena (voz), Larissa Umaytá (percussão), Anne Caroline Vasconcelos (percussão), Pricila Pit (percussão), Fernanda Pinheiro (percussão), Mariana Sardinha (cavaquinho), Irene Egler (violão), Bruna Tassy (contrabaixo e voz) e Thanise Silva (flauta) e Tamara Maravilha (DJ). O show contará, ainda, com a participação de Isadora Pina (saxofone e voz) e Lili Santos (trombone).  

Juntas, elas vão comandar um repertório repleto de sonoridades, do samba ao afoxé, da farra à conscientização política e social. Na edição de 2020, o coletivo cria o projeto Sol à Pino, com a intenção de fomentar a curtição durante o dia e apoiar outros projetos da cidade, como fanfarras e DJs.

Ellen Oléria – Foto: Diego Bressani

Feito por mulheres

O protagonismo feminino também prevalece bastidores. Assim, a produção fica a cargo das agitadoras culturais e idealizadoras do bloco, Pati Egito e Mari Mira – que também são DJ e VJ, respectivamente, e animam os intervalos da Boquinha com sets explosivos, resultado de anos de pesquisa e trabalho com música brasileira e cultura queer; Elisa Carneiro na apresentação; e Tava Gomes, que comanda a equipe de comunicação do bloco.

Lan Lan – Foto: Nelson Faria

Coletivo de mulheres lésbicas

Com o mote “Machismo, racismo e LGBTIfobia nesse território não se criam”, o Essa Boquinha Eu Já Beijei é liderado por mulheres lésbicas que, para além do carnaval, são figuras ativas na defesa dos espaços reservados à cultura e à diversidade na capital federal.

“A marca do Nosso Bloco tem sido o protagonismo feminino. Então, nada mais natural que transformar esse espaço em um lugar de fala para debatermos assédio, violência contra o público LGBTI e racismo, por exemplo. São reivindicações que estão na letra das músicas, nas fantasias do público e principalmente no diálogo que estabelecemos junto ao poder público para realizar um carnaval mais consciente”, explica Pati Egito.

História

Em sete carnavais, o Essa Boquinha Eu Já Beijei viu seu público crescer de cinco mil pessoas, na primeira edição, para 40 mil pessoas em 2019. Porém, a posição de destaque no cenário alternativo do DF não foi conquistada, apenas, com números.

Com um discurso que ressalta a importância do autocuidado e da ocupação consciente dos espaços públicos, o bloco se orgulha em ser referência em segurança para os brasilienses e de já ter sido eleito por dois anos, um dos mais limpos de Brasília, graças a uma ação conjunta de sua produção com o Serviço de Limpeza Urbana.

Nova marca

Neste ano, para marcar seu amadurecimento no carnaval do DF, o bloco sairá às ruas de cara nova.  A icônica boquinha, símbolo da agremiação entre 2014 e 2019, dará lugar a uma nova identidade visual, em que os dentes aparecem em alusão à resistência e à força feminista  e LGBTI.

Outra novidade é a integração com vários outros blocos brasilienses por meio de uma iniciativa do deputado distrital Fábio Félix, batizada de Carnaval de Todas as Cores. Para integrá-lo, blocos alternativos e de temáticas ligadas à diversidade assinaram uma carta-compromisso, em que assumem uma série de obrigações com a promoção de um carnaval seguro, pacífico e plural.

Apoio

O pré-carnaval do Essa Boquinha Eu Já Beijei, no dia 15 de fevereiro, também tem apoio do Fundo de Apoio à Cultura, da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.

Serviço

Bloco Essa Boquinha Eu Já Beijei

Sábado, 15 de fevereiro, a partir das 11h. Gramado da Funarte (Eixo Monumental – Setor de Divulgação Cultural). Classificação livre.

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