Nos últimos dias, a medicação cloroquina ganhou destaque na mídia apontada como possível tratamento para pacientes infectados com o Covid-19. O Ministério da Saúde, em caráter excepcional, utilizará o medicamento em pacientes que apresentem sintomas graves da doença, pois, há indícios de que essa medicação pode evitar a progressão da doença.
O cardiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Henrique Maia, ressalta que a cloroquina é um medicamento conhecido pela sua eficácia no tratamento de doenças como malária, lúpus e reumatismo. “É uma boa promessa, mas não é uma medicação para uso domiciliar. A orientação da ANVISA e do FDA (equivalente a ANVISA nos Estados Unidos) é que apenas pacientes em estado muito crítico, internados no hospital, receberão essa medicação nesse momento”, alerta. O médico esclarece que ainda estão sendo feitos testes com relação à eficácia e segurança do tratamento com a cloroquina, portanto é perigoso o uso indiscriminado. “Não usem o medicamento fora do ambiente hospitalar, isso não é seguro. Pacientes com malária são tratados com cloroquina há décadas, mas os pacientes com coronavírus apresentam outras características que ainda precisam ser avaliadas quanto a segurança”.
Para o cardiologista, especialista em arritmia cardíaca, neste momento, pessoas portadoras de arritmias, em uso de medicações, ou com alguma doença no coração só devem tomar a cloroquina sob estrita supervisão médica, pois há chance de efeitos colaterais como arritmias graves. “Importante destacar também que essa medicação não previne contra a infecção pelo coronavírus e seu uso está restrito a tratamento de pacientes doentes que internarem o coronavírus. E mais, mesmo aquelas pessoas que não são cardiopatas e que por ventura tomarem esse remédio sem indicação ou supervisão médica , precisam ficar atentos pois podem apresentar arritmias potencialmente graves”, afirma
O médico faz ainda um importante alerta: Existe outro produto no mercado com o nome ‘fostato de cloroquina’ que é usado na limpeza de aquários. Esse produto não é a medicação ‘cloroquina’ usada para o tratamento do COVID-19, na verdade é um veneno e se ingerido causa morte.” Já houve dois casos nos Estados Unidos dessa natureza”, alerta.