Você já imaginou que as bactérias presentes na boca podem causar problemas no restante do corpo? Esse tem sido o tema de muitas pesquisas que têm apontado a forte relação entre a periodontite (inflamação da gengiva) e diversas condições sistêmicas como o diabetes, doenças cardiovasculares, artrite reumatóide, parto prematuro e também o Alzheimer.
Dra. Elisa Grillo, especialista em Periodontia da Perio’Life, explica que a periodontite é uma infecção crônica que acomete os tecidos de proteção e sustentação do dente. Esse processo inflamatório leva à reabsorção do osso que sustenta o dente na boca e, consequentemente, à perda do dente. A causa principal da periodontite é a placa bacteriana acumulada quando os dentes não são higienizados adequadamente.
As bactérias presentes nas doenças bucais alcançam a corrente sanguínea nas atividades do dia-a-dia, como a má escovação, o mau uso do fio dental, a mastigação, bem como durante procedimentos odontológicos, resultando na migração desses microrganismos para outras partes do corpo, inclusive o cérebro.
Assim como a periodontite, o Alzheimer também é uma doença crônica, inflamatória e degenerativa. Ambas são causadas por uma interação multifatorial de riscos genéticos, ambientais e comportamentais. O Alzheimer é a forma mais comum de demência e é caracterizado pela presença de placas amilóides e emaranhados neurofibrilares. “Os sintomas variam e incluem perda de memória, dificuldades na linguagem, desorientação, alteração de humor, perda de motivação, desinteresse em cuidar de si próprio, desinteresse por tarefas cotidianas, dentre outras. Gradualmente, o corpo vai perdendo o controle das funções corporais, o que acaba por levar à morte”, alerta dra. Elisa.
Na última década, numerosos estudos epidemiológicos têm investigado a coexistência de Periodontite e Alzheimer, fornecendo indícios de uma associação entre as duas doenças. Recentemente, porém, um estudo publicado na última edição da revista Science Advances foi além e evidenciou uma relação de causalidade entre os dois problemas.
Nesse experimento, um grupo de cientistas americanos encontrou no cérebro de pacientes que tiveram doença de Alzheimer enzimas tóxicas secretadas por uma bactéria bucal relacionada à Periodontite, chamada Porphyromonas Gingivalis (PG). Além de apontar essa doença bucal como uma das causas do Alzheimer, eles também estudaram, em experimentos com ratos, maneiras de combater a Periodontite e assim modificar o curso da doença neurológica.
As enzimas liberadas pela bactéria PG, em especial a lisina-gingipain (KGP), mostraram-se neurotóxicas in vivo e in vitro, exercendo efeitos sobre a TAU, uma proteína necessária para a função normal dos neurônios. Para bloquear essa neurotoxicidade, os cientistas sintetizaram pequenas moléculas capazes de reduzir os efeitos negativos das enzimas KGP e testaram-nas em roedores. A inibição dessas enzimas se mostrou capaz de reduzir a virulência da PG e teve como consequência a interrupção da produção de placas amilóides, a redução da neuroinflamação e também o resgate de neurônios no hipocampo. Clinicamente, essas mudanças sinalizam melhora dos parâmetros cognitivos do Alzheimer.
Os achados inéditos desse estudo fornecem evidências de que PG e as enzimas por ela secretadas desempenham um papel central na patogênese do Alzheimer. Esses dados reforçam a evidência da importância da saúde bucal para a saúde do restante do organismo, sugerindo que a prevenção da Periodontite pode também prevenir doenças neurológicas. A pesquisa se mostra valiosa por indicar novas terapias que podem mudar a trajetória do Alzheimer.
Dra. Elisa Grillo
Especialista em Periodontia
ACDC CAMPINAS
Odontologia para pacientes Oncológicos
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS
Habilitação em Laserterapia
USP São Paulo
Dra. Mariana Figueiredo
Mestre em Periodontia
FOAR UNESP
Especialista em Periodontia
FOAR UNESP
Especialista em Implantodontia
FOAR UNESP
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