Aproximadamente 30% dos tipos de cânceres registrados no país são de pele. Prevenção continua sendo grande aliada no combate à doença
A pele é o maior órgão do corpo humano e, por isso, está amplamente exposta às agressões causadas pelo sol. Anualmente, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em parceria com instituições públicas e privadas, realiza a campanha “Dezembro Laranja”, que busca chamar atenção para o câncer de pele, principalmente, no mês em que tem início o verão, estação em que as pessoas tendem a ficar mais tempo expostas aos raios solares. Sabemos que, no Brasil, o lazer ao ar livre e, consequentemente, com exposição solar é bastante comum, o que justifica os altos índices de tumores cutâneos por aqui. Os números relacionados ao câncer de pele no país são alarmantes. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), anualmente, são diagnosticados 185 mil casos novos, correspondendo por 33% de todos os diagnósticos da doença.
“A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento. A melhor forma de reduzir o risco de desenvolver a doença é reduzir a exposição solar e fazer uso de protetor solar diariamente. Dessa forma, o sol não vira um vilão, e sim um grande aliado”, explica o médico dermatologista Erasmo Tokarski.
O profissional que atua na área da Dermatologia, Estética e Cirúrgica há mais de 30 anos, pontua que o efeito do sol é cumulativo, por isso é de extrema importância respeitar os horários mais favoráveis para se expor. “Antes das 10h e após às 15h, e também usar protetor solar adequadamente, diz o especialista”.
Tipos de câncer de pele
Segundo o dermatologista existem três tipos de cânceres de pele: o carcinoma basocelular, mais frequente e com alto percentual de cura; o carcinoma espinocelular, de incidência média; e o melanoma, o tipo mais grave e mais raro. “Em qualquer um dos casos, a doença é curável se detectada em estágio inicial”, esclarece o especialista.
Diagnóstico
A doença pode ter o aspecto de uma pinta, uma pequena alergia ou outras alterações que, a princípio, pode parecer algo sem muita importância. Mas é fundamental ter o conhecimento da própria pele e saber em quais áreas existem esses sinais. Apenas o exame clínico ou a biópsia podem diagnosticar o câncer de pele. “Utilizamos um dermatoscópio, que é uma lente de aumento especial com fonte de luz própria para observar a lesão, e, se houver indicação, realizamos a biópsia da pele”, explica o Erasmo Tokarski.
Para ele, o importante é estar sempre atento a lesões na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce; e manchas ou feridas que não cicatrizam, continuam a crescer e causam coceira, crostas, erosões ou sangramentos.
Prevenção
Além do uso do filtro solar, existem outras formas de proteger a pele contra os raios UVA e UVB do sol. A proteção solar deve ser feita tanto em momentos de lazer quanto de trabalho sob o sol. Para quem realiza as atividades ao ar livre, o uso de equipamentos de proteção individuais (EPI), chapéus de abas largas, óculos escuros, roupas que cubram boa parte do corpo e protetores solares são itens obrigatórios diários para evitar que a exposição prolongada traga problemas de saúde.
A hereditariedade também desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.