Portadores do HIV apresentam maior risco de lesão cardíaca
No dia 1º de dezembro é comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a AIDS. Desde 1983, quando o vírus HIV foi descoberto na França, muito se avançou no que diz respeito ao tratamento e à prevenção. Porém, na contramão da média mundial, cresceu em 3% o número absoluto de novos casos da doença no Brasil até o último ano. Os números são da UNAids, órgão das Nações Unidas que lidam com a epidemia. Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje são mais de 800 mil infectados no país.
Além de todos os males que o vírus pode causar, o que muita gente ainda não sabe é que ter o HIV pode aumentar em 4,5 vezes o risco de um ataque cardíaco. A afirmação foi feita por uma pesquisa de 2012 publicada no Journal of the American College of Cardiology. Os resultados dos estudos sugeriram que muitos pacientes soropositivos morriam mais de problemas cardiometabólicos do que de complicações no sistema imunológico, que é onde o vírus age. “Além do vírus poder agredir diretamente as células do miocárdio e causar insuficiência cardíaca, a doença leva a diversos outros males que afetam a saúde do coração”, explica Dra. Carla Septimio, arritmologista e eletrofisiologista do instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor).
Prevenir-se dos problemas cardíacos é hoje um dos grandes desafios para as pessoas que vivem com HIV. O vírus causador da AIDS e os medicamentos que compõem o coquetel antirretroviral provocam reações no organismo que elevam as chances do aparecimento de doenças cardiovasculares. Sabe-se que a AIDS provoca diversas alterações no colesterol de seus portadores, aumentando níveis de triglicérides e colesterol ruim, e também diabetes. Mesmo assim é possível seguir o tratamento corretamente e acompanhar de forma segura as alterações cardíacas que podem surgir ao longo da vida do paciente. “Detectar problemas cardíacos em pacientes com HIV mais cedo usando uma ferramenta de diagnóstico simples, como o ecocardiograma, permite tratá-los na fase precoce da lesão cardíaca e melhorar o seu prognóstico. Pacientes com carga viral no sangue devem ter acompanhamento mais próximo de um cardiologista e de seu especialista médico de HIV”, garante Dra. Carla.