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Dia Mundial do Turismo

Brasília comemora Dia Mundial do Turismo com projeção de reaquecimento do setor

Capital federal se prepara para retomada gradual de atividades econômicas afetadas pela pandemia de Covid-19 e realização de eventos com presença de público. Secretaria de Turismo prepara guias temáticas com atrações diversificadas

O novo normal já começou e a indústria do turismo lança-se à frente para avançar junto com a retomada da economia. O trade turístico aproveitou as restrições provocadas pela pandemia para se reestruturar. No Distrito Federal, um grande ajuste no planejamento de ações foi elaborado pela Secretaria de Turismo do GDF ouvindo propostas das lideranças representativas do setor – hotéis, restaurantes, bares, eventos, aeroporto, do artesanato e de empresários rurais -, para atender aos novos tempos.

Neste domingo (27) se comemorou o Dia Mundial do Turismo, setor que impacta diferentes atividades econômicas e que tem um potencial extraordinário para a geração de trabalho e oportunidades. Diferentemente de anos anteriores, a Organização Mundial do Turismo decidiu exaltar o poder de geração de trabalho da indústria, que responde em todo o mundo pelo emprego de 319 milhões de pessoas. A pauta da organização mundial também inova ao defender que o papel que o turismo desempenha deva ser estendido para fora das grandes cidades, buscando impulsionar a participação da indústria nas comunidades rurais.

A reabertura das atividades comerciais e o reinício da realização de eventos no Distrito Federal vêm sendo alvo de planejamento e ampla discussão junto ao poder público e a iniciativa privada. Segundo a secretária de Turismo do Distrito Federal, Vanessa Mendonça, todos os cuidados estão sendo tomados para garantir a segurança dos eventos e, acima de tudo, das pessoas. “Ainda em junho lançamos o Manual de Boas Práticas no Combate à Covid-19, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do DF, que orientou todo o setor hoteleiro na proteção de colaboradores e hóspedes”, lembra. “Desde então, temos discutido com diversos setores todas as medidas necessárias para garantir um retorno seguro destes turistas que já estão retomando seus planejamentos de férias e do setor corporativo”, completa.

A discussão intersetorial do Governo do Distrito Federal com os setores econômicos teve como resultado o Decreto nº 41.214, publicado no último dia 21 de setembro, que liberou diversas atividades que estavam proibidas ou restritas desde o início da pandemia, em março.

No setor de eventos, completamente paralisado desde então, a retomada será gradual. O decreto liberou já para o dia 6 de outubro eventos para até 100 pessoas, ampliando para até 300 pessoas a partir de 27 de outubro, até 500 pessoas a partir de 17 de novembro, até mil pessoas a partir de 8 de dezembro e acima de mil pessoas a partir de 5 de janeiro de 2021.

Para Vanessa Mendonça, o período de pandemia foi de muito aprendizado e discussão dos desafios do turismo no Distrito Federal. “Atingimos objetivos importantes, sentamos à mesa com segmentos que, até então, se sentiam excluídos de qualquer projeto do poder público, conseguimos unir segmentos diferentes em torno de objetivos comuns para a retomada”, afirma. “Acredito que nossa maior vitória foi estruturar nossas rotas com o pensamento voltado para esse retorno. Não paramos de trabalhar nenhum minuto. Sairemos mais fortes do que antes da pandemia”, analisa a secretária de Turismo.

Rotas

Desde o início do ano, o Distrito Federal foi mapeado pela Setur-DF em sete eixos: Rota Cívica, Rota Cultural, Rota Náutica, Rota Arquitetônica, Rota do Cerrado, Rota da Paz e Rota Fora dos Eixos. A partir desta estruturação, a Setur-DF trabalhou de forma a organizar e racionalizar as atividades da iniciativa privada e intermediar ações do GDF para fortalecer tais rotas. “Nosso trabalho sempre foi pensado no tripé Estruturação, Qualificação e Promoção”, define Vanessa Mendonça. “Assim, cada rota foi analisada para entendermos as necessidades de cada segmento. Algumas delas precisavam apenas de promoção adequada, outras tinham um potencial enorme e necessitavam de uma estruturação completa. Nosso trabalho foi aproximar ao máximo todas elas ao nível único de experiência que Brasília pode oferecer”, aponta.

Os trabalhos de estruturação incluíram desde pavimentação asfáltica e sinalização adequada, como no caso da Rota do Cavalo, em Sobradinho, a assinaturas de protocolos com o Ministério do Turismo para a promoção do turismo cívico em escolas de todo o Brasil e de Brasília como destino do turismo acessível, voltado para pessoas com deficiência. Além disso, a Setur-DF, com apoio do GDF e do governo federal, iniciou um planejamento para reestruturar diversos piers do Lago Paranoá, reformou completamente a Ermida Dom Bosco, reinaugurou a Loja Artesanato de Brasília e intermediou diversos encontros com chefs do Distrito Federal para discutir o potencial da gastronomia local e a relação com o Cerrado. “São ações sempre pensadas para deixar um legado para a nossa capital e para a população. Tratar bem o turista passa sempre por tratar bem seus próprios moradores”, afirma Vanessa.

As rotas estão disponíveis no site da Setur-DF, onde os visitantes podem acessá-las por meio do Google Earth. Nas próximas semanas, os roteiros estarão disponíveis nos Centros de Atendimento ao Turista (CATs) da capital.

Economia

A retomada do setor turístico e dos eventos deve ter impacto imediato para a economia mundial. No Distrito Federal, a economia já deu sinais de reaquecimento entre agosto e setembro. A última Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), indica uma redução da taxa de desemprego entre junho e julho, de 21,6% para 19,1%, o que representa um contingente de 34 mil pessoas.

O Aeroporto Internacional de Brasília terminou o mês de agosto com um crescimento de 54,1% no número de passageiros em relação a julho e em tendência de crescimento para este mês de setembro. Ao todo, 401.316 viajantes passaram pelo terminal da capital e foram realizados 5.532 pousos e decolagens. Apesar do crescimento, ainda é 68,87% menos do que agosto de 2019.

Entre números e projeções, a expectativa da Secretaria de Turismo do DF é de que a retomada seja percebida rapidamente no dia a dia de Brasília. “Um em cada cinco empregos do mundo tem ligação com o turismo, que é uma atividade que exige mão de obra imediata e local. Muitas vezes é a porta de entrada para os jovens no mercado de trabalho e que abre possibilidades para a preservação de tradições de comunidades”, explica a secretária Vanessa Mendonça.

Em sua mensagem anual no Dia Mundial do Turismo, o secretária-geral da Organização Mundial do Turismo, Zurab Pololikashvili, destacou essa tendência de inclusão local do turismo. “Nosso setor dá a chance para populações locais. Não apenas de ganhar um salário, mas de ter dignidade e igualdade. Empregos no setor de turismo empoderam pessoas e dão a elas a chance de ter um papel em suas sociedades, muitas vezes pela primeira vez”, afirmou.

Tendências

As tendências identificadas mundialmente para a retomada apontam para dois segmentos em que o Distrito Federal apresenta forte potencial e estruturação. A primeira é a preferência por destinos de proximidade, com as pessoas optando por destinos alternativos, de curta distância e rápido acesso.

Neste ponto, Brasília está em vantagem pela localização do centro do país e por ser a única cidade ligada a todas as capitais do Brasil, sendo peça-chave no planejamento das companhias aéreas e agências de turismo. “O trabalho de posicionamento da marca Brasília buscou mostrar nossas atrações pelas visitas virtuais, Live Tours e nossos meses temáticos, promovidos pela Setur-DF, além de estabelecer a capital como destino seguro, que saiu à frente nos protocolos de segurança”, aponta Vanessa Mendonça.

A segunda tendência identificada mundo afora é o turismo rural, de aventura e ligado à natureza. “As pessoas querem, cada vez mais, um retorno às raízes, um contato maior com a natureza. O Distrito Federal tem um potencial enorme para isso, tem 70% de área rural, está no meio de importantes unidades de preservação ambiental, como a Chapada dos Veadeiros e o Parque Nacional de Brasília e, pela proximidade de Brasília, tem uma excelente estrutura turística que normalmente não se encontra em destinos de ecoturismo”, analisa a secretária Vanessa Mendonça.

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