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O romance “Dona Bárbara”, obra-prima de Rómulo Gallegos, será relançado pela Pinard por meio de financiamento coletivo. A última edição do livro teve tradução de Jorge Amado
Após 50 anos no esquecimento, a obra-prima do escritor venezuelano Rómulo Gallegos “Dona Bárbara” voltará ao mercado editorial. Escrito em 1929 e considerado “possivelmente o romance latino-americano mais conhecido” em 1974 pela Hispanic Review, revista estadunidense focada na publicação dos romances hispânicos, o livro faz crítica ao confronto entre um mundo civilizado e o bárbaro, este que insiste em permanecer vivo por meio de violentas tradições.
A editora Pinard optou pelo método de financiamento coletivo para possibilitar o lançamento da obra literária, em que qualquer pessoa física já pode adquirir seu exemplar com entrega em domicílio. O projeto editorial já conta com o apoio de 188 pessoas, chegando a quase R$ 20 mil de arrecadamento. O valor total do financiamento está orçado em R$ 53.488.
O projeto prevê a impressão de 1 mil exemplares do livro. Todos serão enumerados, “de forma a valorizar ainda mais a presença dos nossos apoiadores e fazendo do livro um objeto de colecionador”, destaca Paulo Lannes, co-criador da Pinard. Todos serão impressos com capa dura e terão textos de apoio (ou seja, análises críticas sobre a obra, situando o leitor sobre o contexto em que se passa a história).
As ilustrações internas, assim como a capa, são feitas pela designer Luisa Zardo, conhecida por seu trabalho na editora Dublinense e no clube de livros TAG (em 2019 uma de suas capas recebeu o prêmio de melhor capa do ano pela Suplemento Pernambuco, revista brasileira especializada em literatura).
“Dona Bárbara” foi traduzido para o Brasil pela primeira vez em 1948 pelo famoso escritor Jorge Amado. Na década de 1970, o autor baiano fez uma revisão da sua tradução e a obra foi relançada pela editora Guaíra. Depois disso, o livro caiu em total esquecimento, ainda que seja considerado a obra-prima de Rómulo Gallegos, autor indicado ao Prêmio Nobel de Literatura por 15 vezes que era costumeiramente comparado a Machado de Assis.
A editora Pinard surge com o objetivo de trazer à tona obras literárias que se encontrem esgotadas nas estantes brasileiras ou que nunca foram traduzidas para os leitores do país. Tal princípio foi elaborado depois de uma pesquisa em que se levantou um grande número de obras que simplesmente acabaram ignoradas pelo mercado editorial e que são do gosto dos leitores brasileiros.
A escolha pelo financiamento coletivo se dá como uma forma de aproximar a produção editorial do leitor, “oferecendo ao público a possibilidade de se afeiçoarem ao projeto e conhecê-lo desde o início”, destaca Lannes. Em um período que se vê tantos ataques à cultura – não basta lançar livros, “é necessário fazer com que os leitores também reconheçam a importância da produção cultural e que participem ativamente disso”, aponta o editor.
Paulo Lannes, co-criador da Pinard ao lado do Igor Miranda, é jornalista formado em Brasília e doutorando em literatura pela Universidade do Porto (Portugal). Atualmente vive na capital brasileira e trabalha em diferentes formas de democratizar o acesso à literatura – ele sustenta, hoje, um Instagram Literário que se chama @lendoarte.
Já Igor Miranda é publicitário e vive em São Paulo. Com passagem pela Universidade de Harvard (EUA), ele tem experiência na criação de projetos inovadores e tem especial interesse pela literatura. Ele também cuida de um Instagram literário, de nome @aestanteemmim.
Segue, abaixo, o link da campanha de financiamento coletivo de “Dona Bárbara”. Lá há mais detalhes sobre a obra literária, sobre o autor e sobre a edição do romance criada pela Pinard.
catarse.me/dona_barbara_de_romulo_gallegos_05ae
Contato:
Paulo Lannes, co-criador da Pinard, (61) 9 9115-0307 ou [email protected]
