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Em ação contra a intolerância religiosa, projeto de fomento da Secec doa atabaques a terreiro

Secretário Bartolomeu Rodrigues e equipe visitam o terreiro

Os toques dos tambores voltaram a ecoar, no último sábado (23.01), no terreiro do Ilê Axé Oyá Bagan — comunidade tradicional de matriz africana localizada no Paranoá e comandada pela sacerdotisa Mãe Baiana. Num clima ecumênico, em encontro contra a intolerância religiosa, os atabaques formaram a roda de louvação e fé para clamar por um outro tempo de paz.

VALORIZAÇÃO CULTURALBartolomeu Rodrigues e equipe visitam o terreiroMãe Baiana mostra a feijoada da paz

Mãe Baiana mostra a feijoada da paz

“Desde 2015, quando ocorreu o incêndio que consumiu o sagrado do terreiro, as líderes religiosas do Ilê Axé Oyá Bagan realizam essa festa, na qual é servida uma comida tradicional (neste ano, uma feijoada). Ali, representantes de diversas religiões comparecem para dizer não à intolerância”, conta Sttefanie Oliveira, presidente do Instituto Rosa dos Ventos, que presentou essa comunidade com três atabaques e dois agbês feitos de cabaças.

Em estado de graça, a ialorixá Mãe Baiana agradecia à chegada desse conjunto de instrumentos percussivos, ofertado como uma das ações do projeto Circuito de Culturas Populares do Distrito Federal, fruto de Termo de Fomento (TF) celebrado entre a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e o Instituto Rosa dos Ventos. Com execução de 1,5 milhão, o projeto tem geração de 85 empregos diretos e indiretos, além de 25 eventuais, durante 14 meses de trabalho.

“Estou imensamente grata a essas instâncias que promovem o Circuito de Culturas Populares do DF, que é um projeto que abraça os terreiros de matrizes africanas. A Secretaria de Cultura tem dado visibilidade a nossas comunidades. É um empoderamento cultural”, aponta Mãe Baiana, que convidou o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, a comandar os toques de um dos atabaques presenteados.

“Comemoramos o Dia do Combate à Intolerância Religiosa, num evento emocionante, onde ocupei esse espaço de honra. Esses atabaques darão ressonância às vozes das religiões de matriz africana no DF, que tem total apoio da Secec”, destaca o secretário.

ATABAQUES ITINERANTES

Esses atabaques vão permitir oficinas fora do espaço sagrado, já que os tambores do terreiro são cruzados e consagrados e não podem sair da comunidade. Só são tocados por alabês, filhos da casa e escolhidos pelos orixás. Nas atividades religiosas, os tambores têm a missão de conectar o humano às energias das divindades.

Chefe da Assessoria de Articulação de Política Cultural, Sol Montes ressaltou a importância da presença dos gestores da Secretaria de Cultura e Economia Criativa num espaço de terreiro de matriz africana. “A Secec tem mostrado o profundo respeito a essas comunidades. Estamos nesse espaço sagrado revelando a nossa capacidade de diálogo com diversos segmentos. É o fortalecimento da inclusão desses grupos culturais em nossas políticas culturais”.

Coordenadora do Inciso 2 (espaços, coletivos, empresas.) da Aldir Blanc, Sol Montes exemplifica a inclusão dessas comunidades por meio do benefício da Lei 14.017. “Todos os terreiros inscritos foram contemplados pelo trabalho fundamental que exercem na cultura, com oficinas e festas.”

PROJETO MEMORIAL

O Circuito de Culturas Populares do Distrito Federal é um projeto itinerante que visita, nesta edição, sete territórios, três festejos, além de realizar uma atividade formativa, o Seminário de Culturas Populares. Em cada um deles, executa um conjunto de ações específicas, interagindo com a necessidade dos coletivos.

“Produzimos importantes produtos memoriais como registros de CDs, livros e minidocumentários para esses territórios de saberes, abertos aos públicos, e sempre com várias atividades formativas e festejos culturais”, aponta Sthefanie Oliveira, destacando a gravação do primeiro CD do Grupo Boi de Seu Teodoro, patrimônio imaterial do DF.

Territórios comtemplados:

Bumba Meu Boi de Seu Teodoro — Centro de Tradições Populares em Sobradinho;

Bumba Maria Meu Boi — Movimento Cultural da Associação de Mulheres de Sobradinho;

Ilê Axé Oyá Bagan — Comunidade Tradicional de Matriz Africana no Paranoá;

Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro — Centro Tradicional de Invenção Cultural na 813 sul;

Bando Matilha Capoeira — Grupo de Capoeira do CED 6 no Gama;

Quadrilha Junina Pinga em Mim — Coletivo de Dança Tradicional do Paranoá;

Samba Candango – Álbum musical em dois volumes, homenageando o samba do Distrito Federal;

Festejos

São Batuque — Festival Percussivo de Culturas Afro e Populares;

Territórios Sonoros — Festival de Culturas Populares e Hip Hop;

Festa das Águas — Tradicional homenagem à Iemanjá na Praça dos Orixás.

Proveniente de Termo de Fomento, esse projeto é regido pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), em que os recursos têm origem em emenda parlamentar – dinheiro do orçamento do Estado com destinação indicada por parlamentares distritais e federais com finalidades de interesse público.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

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