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Entreartes: uma exposição multissensorial

Projeto abraça o duo diversidade e acessibilidade e questiona os limites entre as linguagens artísticas

John Bramblitt (Texas, EUA)

Brasília, agosto de 2019 – O Entreartes: uma exposição multissensorial é um projeto desenvolvido pelo grupo de pesquisa e extensão Acesso Livre da Universidade de Brasília em colaboração com a Casa Thomas Jefferson de Brasília e com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos da AméricaPromover a participação de artistas, visitantes e equipe mediadora na construção de um espaço democrático e plural de fruição, criação e discussão artística é a proposta. Artistas locais e internacionais com diversidade sensorial poderão expor trabalhos e dialogar sobre processos artísticos, além de oferecer oficinas para públicos diversos. John Bramblitt, renomado artista plástico estadunidense e único muralista cego do globo, estará presente sob os auspícios da Embaixada dos EUA. Bramblitt transforma a música em pintura e realizará workshops. Visitas mediadas para grupos serão realizadas. 

  • Entreartes: uma exposição multissensorial abre a programação no dia 30 de agosto às 18h, no CTJ Hall – Casa Thomas Jefferson – Asa Sul (SEPS 706/906), com um live painting de John Bramblitt ao som dos musicistas brasilienses Rodrigo Bezerra e Thanise Silva.
  • A curadoria é de Helena Santiago. O projeto segue os princípios da museologia social e tem como premissa questionar os limites entre as linguagens artísticas, estando a diversidade e acessibilidade para todas as pessoas no centro de todo o processo. 
  • A entrada é franca.

O objetivo da exposição Entreartes: é o de explorar o potencial do espaço expositivo para promover o envolvimento total do corpo numa experiência holística. Partindo da ideia de que o olhar retiniano é só uma possibilidade dentre outras que, longe de competir, se somam a ele, ora criando pontos de interseção ora de divergência perceptiva, serão exibidas obras que desafiam a separação entre linguagens e entre modos de existência. A proposta deste projeto é criar um espaço de encontro entre artistas locais, brasileiros e internacionais com e sem deficiência que trabalham com linguagens diversas e que, ao ensinar em oficinas inclusivas as técnicas que utilizam para criar, poderão incentivar outras pessoas a enveredar pelo caminho da arte e descobrir seu potencial criador independentemente de suas capacidades sensoriais.

Saiba Mais…

Em um seminário apresentado em 1969, Marshall McLuhan, Harley Parker e Jacques Barzun apresentaram o museu como um meio de comunicação que proporciona acesso à percepção sensorial e intuitiva de todas as coisas: enquanto o museu tradicional era uma derivação do texto impresso, com suas características lineares e visuais, o museu do futuro teria potencial para se tornar um meio multissensorial e provocador da participação de seu público, permitindo o envolvimento de todos os sentidos. O futuro é hoje!

Artistas Envolvidos

Foram convidados a expor suas obras artistas com diversidade funcional que trabalham com fotografia, escultura e artes plásticas, com intervenções de dança, arte multimídia e poesia.

John Bramblitt (Texas, EUA) – participa com exposição de obras, oficinas de pintura a cegas, live-painting acompanhado pelo músico Rodrigo Bezerra.

Artista plástico cego. Autor do livro Shouting in the Dark: My Jorney Back to the Light (2012), no qual relata sua relação com o território da cegueira e revela como saiu da depressão ao descobrir a pintura. Aprendeu a distinguir entre as cores pela textura da tinta e pinta utilizando-se da visualização háptica. Foi assim que em uma noite começou a criar linhas com tinta de alto relevo, sentindo as formas através do tato. O artista desenvolveu uma técnica em que a música que ouve se transforma nas cores da obra que pinta. Saiba mais sobre Bramblitt em: https://www.youtube.com/watch?v=700CIzqFGiE&feature=youtu.be 

Rodrigo Bezerra – participa com concerto ao vivo acompanhando o live-painting de John Bramblitt.

Instrumentista, produtor, compositor e arranjador brasiliense, Rodrigo Bezerra teve seu primeiro contato com a guitarra aos 12 anos de idade. Dos 16 aos 27, se dedicou a sua formação como instrumentista, se graduando em música pela Universidade de Brasília, e se tornando o primeiro aluno formado do departamento de guitarra elétrica da Escola de Música de Brasília. Entre 2004 e 2010, produziu a cantora Ellen Oléria. Em 2010, foi estudar jazz guitar no conservatório Liceu de Barcelona, na Espanha. Em 2018, Rodrigo lançou seu terceiro disco de canções inéditas, o sexto de sua carreira, “Lugar no Mundo”.

Thanise Silva – participa com concerto ao vivo acompanhando o live-painting de John Bramblitt.

Thanise Silva é flautista, arranjadora e compositora brasiliense com 20 anos de carreira. Formada pela Escola de Música de Brasília – onde também leciona – e na Universidade de Brasília, durante sua trajetória, tocou e gravou com diversos músicos e artistas, além de ter escrito arranjos para gravações e shows. Realizou duas turnês nacionais, nas quais tocou e lecionou em São Paulo, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro e duas turnês internacionais, com shows e workshops na Alemanha, Bélgica, França, Suíça e Lichtenstein.

Marta Ruffoni Guedes – participa com exposição de obras e oficina de cerâmica.

Ceramista com deficiência visual que reside em Brasília. Criadora do Grupo Brasília Tátil (ABDV), cujo objetivo principal é a inclusão e interação das pessoas com deficiência na sociedade. O grupo se concretizou executando os projetos de inclusão nas escolas de ensino fundamental do DF, onde foram organizadas oficinas de cerâmica e visitas mediadas aos pontos turísticos e do patrimônio histórico. Hoje o atelier COMTATO é seu principal instrumento de trabalho.

Luciano Ambrósio – participa com exposição de fotografias

O fotógrafo perdeu completamente a visão aos 24 por conta de uma retinose pigmentar. Trabalha no Senado como assessor parlamentar. Em 2016, ele participou de uma oficina de fotografia inclusiva, quando despertou seu interesse pela arte de fotografar. A sensibilidade e a emoção o inspiram no momento de cada registro. Ele só entende fotografia se ela vier acompanhada de poesia.

Flávio Luis da Silva – participa com exposição de esculturas e telas táteis

Escultor cego. Cria esculturas em argila com técnica de modelagem adaptada e telas táteis. Utiliza um método de modelagem da figura humana baseado na simplicidade das formas geométricas, ou seja, formas elementares tais como o cubo, prisma, esfera, cilindro com bases triangulares, trapezoidais, dentre outros, e pequenas placas ou tiras complementares, agregadas conforme a necessidade de composição da figura projetada mentalmente. Esse fundamento facilita a sistematização da obra e o processo de construção, pois a pessoa cega requer níveis mais altos de abstração e maior trato – cognitivo e tátil – no que se refere à retirada de elementos para formar uma escultura, considerando-se que é mais fácil somar do que subtrair.

Projeto Pés de Teatro-Dança – participa com apresentação no encerramento da cena HÁBRAÇOS, coreografia de Mari Lotti, Roges Moraes e Yuri Jorge

Pesquisa a criação, provocação e execução do movimento expressivo para e por pessoas com deficiência, por meio de técnicas do teatro-dança. O projeto foi idealizado em 2009 pelo diretor Rafael Tursi, recém-formado Bacharel em Artes Cênicas, pela Universidade de Brasília (UnB), com um trabalho sobre a criação e análise de movimentos cênicos expressivos, a partir da Análise Laban do Movimento (LMA). Sete anos depois de sua criação, o Projeto PÉS tem, hoje, em seu repertório, mais de cem atividades realizadas, entre apresentações de cenas e espetáculos, aulas, palestras, trabalhos de conclusão de cursos e participações em eventos nacionais e internacionais.

Maycon Calasancio – participa como mediador e com oficina de dança contemporânea com Libras.

Maycon Calasancio é surdo e há nove anos começou a dançar. Entrou no curso de Licenciatura em Dança pelo Instituto Federal de Brasília – IFB em 2016, onde se apaixonou pelo ballet e pela dança contemporânea. Além disso, trabalha com a relação entre mediação cultural e Libras, incorporando o uso do classificador como uma forma de linguagem mais acessível aos públicos ouvintes e surdos no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília. Com bastante desenvoltura corporal, integra dança, atuação e o protagonismo surdo às diferentes linguagens artísticas.

PROGRAME-SE

ENTREARTES: UMA EXPOSIÇÃO MULTISSENSORIAL

  • Abertura: sexta-feira, 30 de agosto, 2019, das 18h às 21h
  • Visitação: até 27 de setembro. Segunda a sexta, 8h às 20h | sábados, 8h às 12h | domingos e feriados, fechada.
  • Local: CTJ Hall – Casa Thomas Jefferson – Asa Sul (SEPS 706/906)
  • Classificação indicativa: Livre
  • Entrada gratuita
  • Curadoria: Professora Helena Santiago

Mais informações sobre o projeto em: https://entreartespt.wordpress.com/

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