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Especialista alerta sobre como doenças cardiovasculares estão cada vez mais letais e evitáveis

Apesar das doenças cardiovasculares serem consideradas a principal causa de morte no Brasil e no mundo, elas também estão cada vez mais evitáveis e, muitas vezes, com ações simples. De acordo com um relatório publicado em dezembro de 2022, pelo Colégio Norte-Americano de Cardiologia, o problema poderia ser evitado em 80% dos casos. 

No país, no último ano, foram mais de 260 mil mortes causadas por doenças do coração, como apontam dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), sendo que, até o fim de 2023, a entidade médica prevê que 400 mil brasileiros vão morrer por enfermidades do coração e do sistema vascular. Apenas no Distrito Federal, em 2022, foram mais de 14 mil consultas, segundo a Secretaria de Saúde.

Para o cardiologista intervencionista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Ernesto Osterne, apesar de letal, com o avanço da tecnologia e boas práticas, a doença pode ser evitada de diferentes maneiras, começando pelo estilo de vida de cada pessoa. 

“Esse é um assunto recorrente, nós como profissionais de saúde estamos sempre ressaltando a importância de um estilo de vida mais saudável. O baixo consumo de frutas, vegetais, legumes, grãos integrais, nozes e leite, entre outros, e o excesso de ingestão de carnes vermelhas e processadas, bebidas açucaradas, gordura trans e sódio são os principais desencadeadores da doença. Uma dieta inadequada altera o colesterol LDL, o índice de massa corporal e a glicemia de jejum, com isso são causados diferentes impactos cardiovasculares”, explica.

Na pesquisa americana, foram analisados dados de 204 países, incluindo o Brasil. A ideia é mostrar que a prevenção ainda é o caminho mais importante e eficiente no combate ao problema, bem como o impacto da saúde cardiovascular na qualidade de vida e no sistema de saúde.  Dessa forma, é possível revisar as intervenções atuais que podem ajudar os países a fazerem boas escolhas baseadas em evidências e adotá-las em suas políticas. 

Outra questão importante destacada no estudo, é que os casos de pressão arterial elevada são altamente previsíveis e, quando já instalada, controlada, não trazem prejuízos à saúde.  Entretanto, ainda assim, é o principal fator de risco modificável para mortes cardiovasculares prematuras. Ao todo, mundialmente, foram 11,3 milhões de casos em 2021. E de todas as mortes por DCVs, 10,8 milhões tiveram essa causa. 

“O excesso de sal é um dos grandes vilões do coração e da saúde vascular, já que é o maior causador de hipertensão arterial. Além de retenção de líquidos, causa estreitamento das arteríolas (ramificações das artérias), com consequente elevação da pressão arterial”, diz.

Para finalizar, a pesquisa aponta que fatores como álcool, tabagismo e hormônios ligados à menopausa também influenciam no surgimento de problemas cardiovasculares e todos eles podem ser evitados com a mudança de comportamento e acompanhamento periódicos com profissionais de saúde. 

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