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Imunoterapia é arma poderosa contra o câncer de cabeça e pescoço

Tratamento estimula o sistema imune a combater as células tumorais e apresenta maior tempo de sobrevida

Imagem Divulgação

O câncer de cabeça e pescoço abrange todos os tumores que têm origem na boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), esôfago, tireoide e seios paranasais. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a cada ano surgem 43 mil novos casos de cânceres que envolvem as regiões da cabeça e pescoço, resultando em 10 mil mortes por ano. Segundo levantamento do Inca, o câncer de boca, laringe e demais locais é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas.

Causas – A doença está relacionada ao hábito do tabagismo, etilismo e a infecção pelo HPV (papilomavírus humano) que tem contribuído, nos últimos anos, com o aumento na incidência dos casos, de acordo com o médico oncologista clínico, Gabriel Felipe Santiago. “É necessário ficar atento aos sintomas persistentes, como manchas avermelhadas ou brancas na boca, aftas, lesões nos lábios que não cicatrizam, rouquidão que não melhora, nódulos no pescoço, dificuldade para engolir e mudança na voz. Por isso, é fundamental buscar um serviço de saúde, identificar o câncer e realizar um diagnóstico precoce”, aconselha.

Tratamento – As principais opções de tratamento para pacientes com câncer de cabeça e pescoço podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. No caso da imunoterapia, o tratamento usa o próprio sistema imunológico para reconhecer e atacar células cancerígenas. “Estes medicamentos estimulam o sistema imune a combater o câncer. Sua ação ocorre por bloquear a inibição das células de defesa (linfócitos), permitindo assim que estas reconheçam e destruam o tumor”, explica. A imunoterapia é indicada para pacientes que apresentam progressão do câncer durante ou após o tratamento com quimioterapia inicial. Tornam-se cada vez mais evidentes, segundo o médico, os avanços no tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Eles têm permitido maiores chances de cura, preservando a funcionalidade dos órgãos e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

O oncologista comenta que a estratégia de tratamento ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar do acesso a medicamentos inovadores fazer uma grande diferença na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, algumas instituições já defendem esta incorporação, que encontra-se em estudo pelo setor público.

Cuidado – E conforme ressalta o oncologista, para a saúde não existe quarentena. “O medo de procurar auxílio médico em meio a pandemia do novo coronavírus pode acabar resultando em um diagnóstico tardio ao câncer, o que, consequentemente, pode diminuir as chances de cura”, enfatiza.

A prevenção, segundo Gabriel, continua sendo a melhor arma contra o câncer, ou seja, a não exposição aos fatores de risco, mantendo um estilo de vida saudável e com acompanhamento médico para um possível diagnóstico precoce.

Histórico – No dia 27 de junho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, estabelecido pela International Federation Head Neck Oncology (IFNHOS). A partir daí, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), considerando o quadro, criou o Julho Verde, campanha que conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da União Internacional para o Controle do Câncer para aumentar o conhecimento e promover educação e treinamento no diagnóstico, tratamento, resultados e pesquisa sobre o câncer de cabeça e pescoço.

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