O público terá uma oportunidade única de assistir ao premiado documentário Tesouro Natterer, dirigido por Renato Barbieri, que representa o Brasil na disputa pelo Oscar 2025 na categoria de Longa-metragem Documentário
A exibição do documentário Tesouro Natterer, do premiado cineasta Renato Barbieri, de Pureza (2022) e Servidão (2024), acontece no dia 6 de dezembro, sexta-feira, às 18h, no Cine Brasília, como parte da programação da Mostra Brasília da 57ª edição do Festival Brasília. Após o filme, às 21h, será realizado um debate especial com o diretor e convidados. A entrada é gratuita.
O documentário, que venceu o Grande Prêmio do Júri na 29ª edição do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade 2024, é a primeira produção de brasiliense a concorrer ao Oscar, reafirmando a força do audiovisual brasileiro em contar histórias que conectam a memória histórica do país ao público contemporâneo. A exibição na Mostra Brasília destaca a importância do festival em promover o cinema local e aproximar o público de obras que têm conquistado reconhecimento internacional.
Tesouro Natterer retrata a jornada de Johann Natterer, membro da Expedição Austríaca que acompanhou a arquiduquesa Leopoldina ao Brasil em 1817, e a construção do maior acervo etnográfico de povos indígenas brasileiros, hoje preservado em museus de Viena. O filme explora questões fundamentais sobre a preservação da memória cultural e as implicações da repatriação de parte das mais de 2.300 peças etnográficas pertencentes a 68 povos originários do Brasil.
Tesouro Natterer estabelece, por meio da Coleção Johann Natterer, uma conexão entre o Brasil atual e o de 200 anos atrás. As únicas peças dessa imensa Coleção que ainda existiam no Brasil, cerca de 90, que foram presenteadas pelo naturalista austríaco para o imperador Dom Pedro II, se perderam durante o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018.
Para Renato Barbieri, o evento marca um momento especial: “É uma honra imensa trazer Tesouro Natterer para a Mostra Brasília, um evento tão significativo para a cidade e para o cinema nacional. Essa exibição gratuita antes da estreia oficial nos cinemas oferece ao público a oportunidade de se conectar com uma produção genuinamente brasiliense, que agora alcança projeção internacional ao disputar o Oscar 2025. Estar ao lado de outra grande obra como Ainda Estou Aqui reforça ainda mais a potência do audiovisual brasileiro, que tem contado histórias profundas e universais com excelência técnica e sensibilidade narrativa. Espero que o filme desperte no espectador um sentimento de orgulho pelo novo cinema nacional, que mostra ao mundo o poder criativo do Brasil. Sinto uma gratidão especial por Tesouro Natterer, que foi produzido na cidade, poder ser exibido em um espaço tão icônico quanto o Cine Brasília, um verdadeiro templo do cinema brasileiro”.
Segundo os registros históricos analisados durante a pesquisa para o filme, Johann Natterer enfrentou desafios extremos ao longo de sua expedição no Brasil. Ele e sua equipe tiveram que lidar com condições climáticas severas, dificuldades logísticas, conflitos sociais e doenças tropicais desconhecidas à época, colocando suas vidas à prova em diversas ocasiões.
“Essas experiências transformadoras trouxeram uma profunda mudança em Natterer. Ele começou a escrever de forma mais introspectiva e menos técnica, revelando um olhar sensível que gradualmente superou algumas ideias eurocêntricas e supremacistas predominantes em sua formação”, explica Barbieri. “Durante sua permanência no Brasil, Natterer se casou com a indígena Maria do Rego, com quem teve três filhos. No final de sua jornada, retornou a Viena acompanhado de sua família brasileira, um desfecho que marcou sua trajetória de vida”, finaliza o diretor.
Além disso, os estudos apontam que Natterer não poderia imaginar a importância histórica que sua coleção etnográfica indígena ganharia. Com o tempo, tornou-se o maior e mais antigo acervo desse tipo no mundo, desempenhando um papel essencial na preservação da memória dos povos originários. Esse legado carrega a excelência técnica, artística e simbólica das culturas indígenas, das quais muitos conhecimentos foram perdidos ao longo dos séculos devido ao impacto violento da aculturação e da desestruturação dessas sociedades.
O debate ocorrerá às 21h, logo após a exibição do documentário em um dos anexos do Cine Brasília durante o Festival e será uma oportunidade de aprofundar as reflexões propostas pelo filme, além de explorar os desafios e perspectivas do cinema nacional, especialmente em um momento de reconhecimento global com a indicação ao Oscar.
A realização do filme Tesouro Natterer conta com o patrocínio da FSA- Fundo Setorial do Audiovisual, reafirmando o compromisso com a valorização do Cinema Brasileiro. Para a campanha ao Oscar 2025, contamos com patrocínio da ANCINE – Agência Nacional de Cinema, além da parceria fundamental do SIAESP, do Cinema do Brasil, APEX, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além doapoiodo Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade e do STJ – Superior Tribunal de Justiça, que todos juntos impulsionam e levam a nossa arte para o mundo.
Ficha Técnica
Ideia Original: Victor Leonardi
Direção e Produção: Renato Barbieri
Roteiro: Andrea Fenzl, Victor Leonardi, Renato Barbieri, Neto Borges, Rodrigo Borges
Pesquisa: Kurt Schmutzer, Victor Leonardi, Andrea Fenzl
Produção Executiva: Natália Brandino, Walder Junior, Mariangela Furtado
Direção de Produção: Mariangela Furtado (Brasil), Andrea Fenzl (Áustria)
Assistência de Direção: Andrea Fenzl
Produção de Locação: Johnny Catrolli (Brasil), Andrea Fenzl (Áustria)
Direção de Fotografia: Daniel Leite (Brasil), Jacob Solitrenick (Áustria)
Som Direto: Altyr Pereira (Brasil), Vinzenz Landl (Áustria)
Direção de Arte: Zé Luca
Cartaz: Pato Sardá
Direção de Animação: Adriana Meirelles
Pós-Produção e Videografismo: Diego Cajueiro
Música Original: Márcio Vermelho, Pedro Zopelar
Montagem: Diego Cajueiro
Elenco: Hans Kaba Munduruku, Kurt Schmutzer, Arnaldo Kaba Munduruku, Misael Kaba Munduruku, Claudia Augustat, Christa Riedl-Dorn, Maria de Fátima Costa, Pablo Diener, Victor Leonardi, Magda Ricci
Voz Off de Johann Natterer: Helmut Schuster
Edição de Som: Eric Ribeiro Christani (a3ps), Caetano Cotrim de Blasiis
Mixagem: Eric Ribeiro Christani (a3ps)
Finalização: André Finotti
Colorização: Ronnie Outtch
Assistência de Animação: Babi Fernandes
Roteiro de Montagem: Andrea Fenzl
Coordenação de Pós-Produção: Walder Junior
Edição: Diego Cajueiro
Assistência de Produção Executiva: Gisela Marcolino
Controller: Bruna Lopes, Gisela Marcolino
Empresa Produtora: GAYA Filmes
Distribuição: O2 Play
Imprensa: Polidea Comunicação
Serviço
Festival de Brasília 57ª edição – Mostra Brasília
Tesouro Natterer
Duração: 84 minutos
Data: 6 de dezembro de 2024
Horário: Exibição às 18h | Debate às 21h
Local: Cine Brasília
Endereço: EQS 106/107, Asa Sul, Brasília – DF
Entrada: Gratuita