seleção do 1º Lobodança, parte do Lobo Fest, será exibida no Centro de Dança na sexta à noite
Você já ouvir falar de videodança, uma forma híbrida de linguagem que registra o movimento relativo entre dança e câmeras? Então, a forma contemporânea de arte vai ser objeto de uma mostra internacional que o Centro de Dança, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), exibe nesta sexta-feira (18). Trata-se do 1º Lobodança, que a partir deste ano integrará o Lobo Fest – Festival Internacional de Filmes – já em sua 11ª edição este ano.
São “narrativas de corpos em movimento que contam histórias captadas por lentes e olhares diversos, registrados em formato de curtas-metragem”, explica um dos programadores da mostra, Ulisses de Freitas. Na tela, nove produções de Europa, Américas (incluindo o Brasil) e África, num total de oito países, integram a programação. Matéria traz depoimento de estudiosa do assunto. “Nossa intenção é ajudar a popularizar essa nova forma de arte”, diz ele.
“A videodança compreende o corpo como produtor de cultura em processos de composição, tanto teórica quanto prática, utilizando-se de tecnologias”, define a professora do Instituto Federal de Brasília (IFB) Isa Sara Pereira Rego. Ela dá aulas na disciplina de “Informática aplicada ao ensino da dança” no curso de licenciatura na área.
Para quem acha que videodança é simplesmente registrar o movimento de corpos com câmeras, Isa, bacharel e mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia e doutora em Educação pela UNB, alerta que nada é mais distante da realidade que essa noção. “É uma nova poética, que associa dança e imagens a outras linguagens e tem na ilha de edição um lugar mágico pelas possibilidades de pós-produção”, ensina.
Sobre o 1º Lobodança, a docente tem boas expectativas porque cinco das nove produções são da Europa. “Lá é o berço da videodança e principal centro irradiador desta arte porque estão muito à frente na pesquisa sobre o corpo em movimento”, justifica.
A 11ª edição do Lobo Fest também trará como novidade a descentralização, levando as atividades para o Núcleo Bandeirante. Além da mostra de sexta, duas outras seleções inéditas internacionais e duas seleções nacionais, em novembro e dezembro, em datas a serem definidas, totalizando aproximadamente 100 filmes, serão exibidas no Museu Vivo da Memória Candanga e na Capelinha da Metropolitana.
- Programação
“Ama”, Julie Gautier – 6:37 minutos , Itália
Julie Gautier dança por seis minutos em uma piscina, a 40 metros de profundidade, sem nenhum tipo de equipamento para respirar. - “Valtari”, Christian Larson – 10:21 minutos, Reino Unido
Uma história sobre encontrar alguém. - “Shunpo”, Steven Briand – 4:23 minutos, França
E se pudéssemos escapar da nossa rotina diária por um momento? - “Pantsula”, Alex Tiernan – 2:43 minutos – Afríca do sul
Parte dança, parte estilo de vida, pantsula originou-se na era do apartheid em Joanesburgo e continua a ser um elemento definidor da cultura do distrito sul-africano. - “No, I don’t want to dance”, Andrea Vinciguerra – 2:39 minutos – Reino Unido
Filme stop motion para aumentar a conscientização social sobre como a dança perigosa pode ser mortal. - “Foot Dance”, Nel Shelby Productions, 1:37 minutos – EUA
- Uma mini dança vídeo.
- “Continuum”, Natalianne Boucher – 9:15 minutos – França
- Um continuum é um conjunto. Um todo. Seus elementos estão ligados em um espaço-tempo.
- “Étereas”, Daniela Villanueva and Mara Soler – 4 minutos – México.
- Uma combinação de arte performática e animação usando uma dançarina e um bambolê em movimento para revelar linhas e formas impressionantes.
- “Fiákra”, Legado, Drinho – 2 minutos – Brasil
Legado é uma música, escrita por Fiákra e Paulo Amaro, que fala sobre o respeito ao trabalho árduo que cada um exerce em seu ofício.
Serviço
1º Lobodança – Mostra Internacional de vídeo-dança
18 de outubro, às 20h
Centro de Dança do Distrito Federal
(SAN, quadra 1 Via N2 – Brasília DF)
Entrada gratuita