Em meio a conquistas e desafios na pandemia, Fraternidade sem Fronteiras convida novos voluntários para o movimento
No próximo dia 5 de dezembro, domingo, comemora-se o Dia Internacional do Voluntariado – uma doação de tempo e trabalho feita por pessoas que acreditam na transformação de vidas por meio da entrega de si mesmas. Na Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), o voluntariado é um dos principais pilares que sustentam as ações e os 11 projetos que existem no Brasil e na África e para comemorar a data, a FSF valoriza e convida novos integrantes para se juntarem a esse movimento em prol de um mundo sem fome e de paz.
No atual cenário imposto pela pandemia provocada pela Covid-19, a gerente de Voluntariado da FSF, Ângela Araújo, observou alguns impactos e o principal, foi o de maior aproximação das pessoas ao movimento de ajuda ao próximo.
“A Covid-19 trouxe um impacto grande na suspensão de todas as atividades presenciais. No movimento, percebemos que mesmo não havendo o contato físico e presencial, muitas pessoas se interessaram pelo voluntariado da FSF, e justamente por conta da pandemia, porque elas ficaram sem atividades, precisavam dar algum sentido na vida, alguma ocupação, ou mesmo porque tiveram mais tempo para ter acesso às informações e foram descobrindo outros desejos. Queremos que mais pessoas possam se encontrar nessa experiência e se juntarem à nós, na Fraternidade sem Fronteiras”, relatou a gerente.
As ações precisaram ser revistas, entre elas, a suspensão temporária de todas as caravanas para os projetos da FSF, uma medida necessária para a segurança de todos os envolvidos. As reuniões, antes presenciais, passaram a ser por plataformas digitais, as ações passaram a ser individuais com a realização de bazares online, jantares no formato delivery, campanhas virtuais de doações, intensificação de divulgação da FSF, medidas de biossegurança para a entrega de alimentos, roupas, brinquedos e atendimentos em centros de acolhimento. que não pararam.
Estas mudanças são um reflexo das transformações do voluntariado nos últimos anos. “O voluntariado hoje é um pouco diferente do que foi há três décadas. Hoje é um voluntariado que se organiza, que trabalha com ferramentas, mas sempre dentro da espontaneidade, porque como o nome diz ‘voluntário’ é algo espontâneo e de coração”.
Em virtude da espontaneidade do movimento, não é possível ter o número exato de voluntários que atuam na organização. Cadastrados no Portal de Voluntariado da FSF (lançado em julho de 2021), são em torno de 1 mil. Se somados os dos grupos conhecidos no Brasil e os dos outros países, a Organização estima pelo menos 3 mil voluntários.
Nos projetos
Cada um dos 11 projetos da FSF tem diferentes atividades para os voluntários. Por exemplo, em Roraima, no “Brasil, um coração que acolhe”, atualmente são pelo menos 20 voluntários que atuam, principalmente, no setor de interiorização, abrindo e acompanhando os processos de interiorização dos migrantes e refugiados venezuelanos. Também há atividades nos setores de Comunicação, participação comunitária e de registro, além de que qualquer pessoa, de qualquer área de atuação, pode propor uma ação para desenvolver nos centros de acolhimento, como oficinas e cursos de capacitação profissional.
No Rio de Janeiro, o polo do Fraternidade na rua espera por novos voluntários para a ampliação dos atendimentos no Centro de acolhimento e referência às pessoas em situação de rua. “O nosso sonho é poder funcionar no período da noite, onde a gente pudesse servir um sopão, ou também, aos domingo, que é o dia que no centro da cidade do Rio a oferta de alimento para as pessoas em situação de rua diminui muito”, conta Isabel.
Nos Estados Unidos, os polos de trabalho em Las Vegas, Nova Iorque, Denver e Boston precisam de ajuda aos fins de semana para o preparo das refeições e na distribuição às pessoas em situação de rua.
Na Bahia, em Caculé, o Jardim das Borboletas conta com a ajuda dos voluntários para esclarecer sobre a doença de Epidermólise Bolhosa e a importância da arrecadação dos medicamentos e curativos aos acolhidos. Além disso, profissionais da área de enfermagem, nutrição e psicologia podem ser voluntários para o atendimento de pacientes em diferentes estados brasileiros.
Em Uberlândia, os voluntários do polo Fraternidade na rua se dividem em 11 comissões diferentes para as ações de acolhimento. Entre elas, a de saúde com médicos, enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos e profissionais de serviço social; a de comunicação; a de ações e eventos; a de produção dos alimentos; a de logística e de bazares.
“Os voluntários são os braços do projeto, são a força que concretiza a ajuda, o amor em ação. É a soma da força de cada voluntário que torna possível levar um pouco de esperança e acolhimento a tantos irmãos que, através do amor ofertado no trabalho deixam de ser invisíveis e têm renovada a crença em dias melhores e mais felizes. Cada um, fazendo um pouquinho, multiplica o ideal de fraternidade e acende uma luz no coração de quem mais precisa”, descreve Giovana Gadia, coordenadora do polo, em Uberlândia,do Fraternidade na Rua.
Na Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel, em Campo Grande – MS, os voluntários podem atuar na arrecadação de alimentos, roupas, calçados e lanches aos alunos e também na disponibilidade do transporte para os ensaios e apresentação.
Como fazer para ser voluntário – para conhecer as ações já realizadas pelos voluntários da FSF, acesse o Portal do Voluntário: https://www.fraternidadesemfronteiras.org.br/voluntariado, no mesmo espaço é possível se cadastrar para ser um voluntário.
“O voluntariado precisa de boa vontade e do se colocar à disposição do outro, é um movimento transformador, porque a gente fala em amor, fala em doação, fala em caridade, mas o processo que fica subjacente dentro de todos esses sentimentos é você se tornar um ser humano melhor. É uma logística que se retroalimenta: quanto mais eu me dou, mais eu recebo e mais eu me torno uma pessoa melhor. Onde estiver o seu coração, é ali que você vai ser feliz. Então sua doação vai ser melhor, seu trabalho vai ser mais prazeroso”, finaliza Ângela.
Sobre o Dia Internacional do Voluntário – A Organização das Nações Unidas instituiu o dia 5 de dezembro como Dia Internacional do Voluntário, em 1985. A intenção da ONU era promover ações de voluntariado em todas as esferas da sociedade, ao redor do mundo. Um bom modo de promover essas ações é refletir sobre elas.
Sobre a Fraternidade sem Fronteiras – A FSF é uma Organização humanitária e Não-Governamental, com sede em Campo Grande (MS) e atuação brasileira e internacional. A instituição possui 68 polos de trabalho, mantém centros de acolhimento, oferece alimentação, saúde, formação profissionalizante, educação, cultivo sustentável, construção de casas e ainda, abraça projetos de crianças com microcefalia e doença rara.
Todos os trabalhos são mantidos por meio de doações e principalmente pelo apadrinhamento. Com R$50 mensais é possível contribuir com um projeto e fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.fraternidadesemfronteiras.org.br