Ações no Parque da Cidade e em Ceilândia honram pessoas que perderam a luta contra o vírus e, ao mesmo tempo, colaboram para o meio ambiente
As vítimas do novo coronavírus (Covid-19) foram homenageadas em duas ações distintas neste sábado (28). As iniciativas serviram também como forma de preservação do meio ambiente. No Parque da Cidade e em Ceilândia foram plantadas mudas de espécies nativas do Cerrado como forma de honrar as pessoas que perderam a luta contra o vírus em 2020. As ações serviram também para comemorar a vida de quem nasceu em meio a pandemia.
Ao longo de todo sábado, o Instituto Abelha Nativa plantou mudas nativas no Parque da Cidade, no Plano Piloto, com o intuito também de criar um corredor ecológico das abelhas. A medida beneficia a biodiversidade, em especial as abelhas nativas sem ferrão. O plantio ocorreu próximo ao restaurante Gibão e trouxe ao ambiente 200 mudas nativas, entre elas o cedrinho, o jatobá e ipês de várias cores.
“Estamos implantando o Bosque das Abelhas. Teremos 3.500 árvores plantadas nele. Começamos com estas 200 hoje. Este espaço é o corredor ecológico para as abelhas. Ele começa aqui no Parque da Cidade, mas vai até o Parque Nacional, passando pelo Eixo Monumental e a Rodoferroviária. Nosso intuito é preservar as abelhas, que estão em extinção”, explica Luiz Lustosa, presidente da Associação dos Meliponicultores do DF e do Instituto Abelha Nativa.
Vale lembrar que há dois tipos de abelhas existentes no Brasil: as melíponas e a apis. As primeiras não têm ferrão e, por isso, não oferecem risco à saúde e ao bem-estar das pessoas e animais. Produzem mel em pequena escala e não picam. Estas são as cultivadas pelo Instituto.
Ainda segundo Luiz, o plantio de mudas é benéfico porque “quando a gente planta uma árvore estamos ‘plantando’ água. Precisamos de mais umidade”, reforça. O coordenador do evento deste sábado no Parque da Cidade também explica que a inclusão de abelhas no ecossistema torna a cidade mais polinizada, com mais flores, melhora os jardins das casas e nas ruas. “As árvores ficam mais floridas porque vai ter mais abelhas para polinizá-las”.
O trabalho que contou com o apoio de aproximadamente 40 voluntários e não se esqueceu das vítimas da Covid-19. “Elas foram lembradas. É uma doença que tem nos atrapalhado bastante, mas o governo do DF tem feito o possível para enfrentá-la”, aponta.
Ceilândia
Em Ceilândia, o plantio percorreu o Parque Recreativo do Setor O e também o condomínio Privê. Juntos, nos dois locais, foram plantadas mais de 250 mudas entre jacarandás, ipês, jatobás e outras espécies.
“Esta ação de hoje, além de contribuir com o meio ambiente e deixar nossa cidade mais arborizada, também foi para lembrar toda comunidade que, infelizmente, perdemos vidas para a Covid-19. Foram mais de 250 mudas de árvores plantadas no Parque do Setor O e no Condomínio Privê. Nossa intenção é fortalecer esse movimento e contemplar vários locais de Ceilândia”, explica o administrador da cidade, Marcelo Piauí.