s atividades relacionadas à cultura de matrizes africanas acontecem entre abril e maio, no Paranoá.
O Ilê Axé Oyá Bagan, tradicional terreiro e ponto de cultura do Distrito Federal, está promovendo, até 20/05, uma programação formativa sem precedentes. O Sabedoria de Terreiro, projeto que teve início em 2022, com uma série de oficinas de Dança e Percussão, amplia sua grade e oferece, também, formações em Costura e Culinária. Tão apreciados quanto tradicionais o Abará, o Vatapá e o Acarajé, que é patrimônio cultural e imaterial do Brasil, estão entre os pratos que serão ensinados.
Pessoas interessadas em participar devem fazer a inscrição por meio de formulário disponível no perfil social do Ilê.
De acordo com a organização do evento, o segundo bloco de atividades oferece à comunidade a oportunidade preciosa e gratuita de aprender, não apenas a receita de quitutes típicos e técnicas de costura, mas também sobre o simbolismo cultural e ancestral dos alimentos e das vestimentas. Além disso, todo o conhecimento será transmitido por importantes representantes da cultura de matrizes africanas e integrantes do Coletivo de Yás do DF, como Mãe Baiana de Oyá, Mãe Vilcilene de Jagun e Mãe Cícera de Oxum.
Para a anfitriã da casa, Mãe Baiana, o projeto também desenvolve um trabalho fundamental de conscientização.
“Por meio de todas essas atividades formativas e educativas, o Sabedoria de Terreiro contribui fortemente para a luta contra a discriminação religiosa, para a preservação e manutenção da vida cultural da Praça dos Orixás, e para a difusão do sagrado no mundo afrocandango”, ressalta a Yalorixá.
Gastronomia afro-brasileira
Com a participação dessa potência coletiva, o Sabedoria de Terreiro 2023 abre o segundo bloco, em abril, com oficinas de Culinária Ancestral, ministradas por três representantes poderosas:
- Oficina de Abará com a Yalorixá Mãe Vilcilene de Jagun, dia 9/04;
- Oficina de Vatapá com Yalorixá Mãe Cícera de Oxum, dia 16/04;
- Oficina de Acarajé com Yalorixá Mãe Baiana de Oyá, dia 30/04.
Sobre o Abará, Mãe Vilcilene explica: “é um prato típico da culinária afro-brasileira produzido com feijão fradinho, semelhante ao Acarajé. Ele simboliza a pureza do corpo quente. Então, quando queremos vencer uma guerra de forma íntegra e justa, ofertamos o Abará ao nosso sagrado, para ter vitória sem perder a pureza, sem usar de gestos questionáveis. Por isso, é oferecido a todos os Orixás guerreiros”.
As atividades acontecem no Ilê Axé Oyá Bagan, a partir das 9h. No último dia, 30 de abril, seguindo a temática da oficina, um documentário produzido pelo Instituto Rosa dos Ventos, em parceria com o Iphan, será exibido ao público.
Além dessas formações em gastronomia, o Sabedoria de Terreiro, no próximo bloco, que acontece no mês de maio, oferece Oficinas de Costura e Moda de matrizes africanas. Para estas, as inscrições estarão disponíveis em breve.
O projeto, que integra o Circuito Candango de Culturas Populares, é realizado pelo Instituto Rosa dos Ventos, em parceria com o Ilê Axé Oyá Bagan, e conta com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC-DF), do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF) e do Governo do Distrito Federal (GDF).
Serviço: Oficinas de Culinária Afro – Sabedoria de Terreiro.
Horário: a partir das 9h
Local: Ilê Axé Oyá Bagan — Núcleo Rural Tamanduá – Brasília, DF, 70297-400.Inscrições:https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdtokYjdA6oGvPVRbHrDS5IibpHSYMRdg9A0Tj3jyNp4JbtGQ/viewform